Demorei dois cafés, um sumo de laranja e um croissant misto a perceber que o Benfica joga esta madrugada. O meu subconsciente parece estar mais alerta do que o Luisão, o que explicará a tal frase do sonho. Não me confundam: eu não quero vir aqui amanhã dizer "eu estou a avisar"; eu quero chegar aqui e escrever "felizmente, estava enganado... eu não percebo nada disto".
terça-feira, 28 de julho de 2015
Sonhos agitados
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Declaração de pânico e respectiva justificação
Eu próprio não gosto de pânicos nem de histerias. Acho que são ambas reacções simplórias de quem não consegue olhar calma e friamente para um fenómeno e pensar sobre o assunto até que, eventualmente, chega a uma conclusão. Sucede que dou por mim em pânico. Não consigo não estar, por mais ridículo que isso possa soar após apenas três jogos amigáveis. Mas tenho as minhas razões.
Felizmente, há benfiquistas que não estão em pânico. Ainda bem. Mas há alguns que dizem coisas como "assobiam o ano todo mas depois no fim estão aos pulos no Marquês" e sinto-me particularmente injustiçado por esta acusação foleira. Não me ouvem assobiar nem quando tudo está mal; vou ao Estádio todas as jornadas (menos no aniversário da minha mulher, que costuma teimosa e maldosamente coincidir com um jogo em casa); e, por exemplo, no ano passado fugi da festa do Marquês - fugi até do país - porque o que me importa não é a festa mas antes o caminho até ela (a época em que o meu fervor Benfiquista mais se exaltou foi a de 2012-2013 - não sei se têm presente a festança que fizemos no final).
Há outros benfiquistas que dizem que isto "são derrotas de pré-época e o ano passado também levámos 5 em Arsenal". Antes de mais, o ano passado éramos treinados pelo melhor treinador a treinar em Portugal e o melhor treinador que eu vi treinar o Benfica. Pode parecer um detalhe, mas os detalhes têm alguma importância. Voltando à questão, existe uma diferença grande entre uma derrota circunstancial e um erro de sistema. Como é que eu sei que há um erro de sistema? Digamos que é o meu sexto sentido que se agita de cada vez que os rapazes não sabem o que fazer à bola porque ainda ninguém lhes explicou a estratégia e o objectivo, passo por passo, em cada fase do jogo. "Ah, mas circulamos muito bem a bola", dizem-me e eu respondo "sim, antes do meio-campo e com seis jogadores em meia-lua; as combinações de ataque não existem e as poucas jogadas de perigo que conseguimos nasceram de iniciativas individuais espontâneas". Não entrarei em detalhes técnicos, para isso leiam o Lateral Esquerdo. Sou apenas um leigo que tem o capricho de gostar de ver as coisas afinadas, sincronizadas e, imagine-se, planeadas e treinadas. Não estão.
[Momento onanista:] Escrevo ainda, ou talvez escreva sobretudo, porque fiz uma analogia que achei muito engraçada numa resposta a um comentário no facebook do meu irmão e achei que seria um desperdício perder-se essa passagem - perdoem-me a vaidade - tão bonita da análise futebolística fora de horas e alimentada a minis. É acerca dos benfiquistas que acham que vai ficar tudo bem, que o tempo tudo cura e o destino tudo endireita: «outra coisa assustadora: os benfiquistas estão tão habituados a ganhar ultimamente que tomam por segura a vitória final. Não têm discernimento. Acham que isto é só uma fase. Como aquelas fases do casamento em que um gajo fica a fazer horas extraordinárias todos os dias e dois anos mais tarde larga a mulher para ir de férias para Cancún com a galdéria mamalhuda que lhe trata das fotocópias. É tudo passageiro.»
E agora, se não se importam, vou continuar em pânico a boiar em águas tépidas, à pressa, porque ao fim da tarde tenho de ir comer peixe grelhado e convém não sobrepor as actividades.