segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ÚLTIMA HORA!!! Jogar em antecipação

Prevendo novo engano de Jorge Jesus, Luís Filipe Vieira garante em absoluto que David Luíz não irá gatinhar atrás do Hulk na quarta-feira. E ainda ganha dinheiro com isso! Depois digam que o homem não sabe gerir. Ai não, não sabe...

O segredo estava na massa

Depois de anos a fio a ser o melhor jogador da equipa, a fazer exibições de luxo, a aterrorizar o Luisão e a salvar a réstea de honra daquela camisola, Liedson descobriu o truque para se conseguir transferir para um clube a sério: não jogar um caracol, desvalorizando assim o seu passe (2 milhões de euros?!?!...). Pela parte que me toca, só lamento que tenha demorado sete anos a perceber o esquema...

Taça da Liga: notas e impressões

A primeira nota é uma impressão. Tenho impressão que o Porto foi de carrinho. Ai, não queremos, não gostamos, até nos dá nojo, não nos interessa, é secundário, há outras prioridades, blá blá blá. Fazem-me lembrar o Lobo Antunes (respect, António) que, nas palavras de um amigo meu, "nunca aceita prémios; sobretudo, os prémios que não ganha". Desdenhar até pode ser uma manifestação de inteligência; já esperar que o mundo inteiro vá na conversa é, no mínimo, um sintoma de ingenuidade. Toda a gente sabe que o campeonato é o campeonato e que as competições europeias são a maior das honras. E que a Taça de Portugal é um troféu histórico e do povo, com o seu quê de Volta a Portugal em Bicicleta, principalmente na final do Jamor. E que a Taça da Liga é este troféu imberbe, embora oficial, ganho apenas por Benfica e Vitória de Setúbal - com um prize money principesco para a prova que realmente é, já agora. E que o Porto nunca lhe meteu a unha e da única vez que o cheirou levou tamanho banho de bola que a dita Taça, hoje em dia, só lhes faz lembrar, por um lado, um melão - na cabeça - e, por outro, uma melancia - no sítio onde o sol doesn't shine, suponho. Daí que seja fruta que não lhes interessa para nada, não é?
A segunda impressão é uma nota: uma nota de 12 milhões de euros, para ser mais preciso. Preciso e necessário, para comprar o Sálvio, artista cientificamente comprovado, cujas qualidades muitas alegrias podem dar ao bom povo benfiquista (e ao menos bom também, que também o há). Até a brincar este jovem joga muito a sério. Se calhar é por isso que o Porto o quer: para poder ganhar a Taça da Liga mesmo sem querer.
Ontem na Vila das Aves também houve notas para tirar. Começaria por tirar todas as notas dos salários de Luís Filipe (não se pode dá-lo? Pagar para que alguém o leve?), Alan Kardec (continuo sem entender por que raio foi ele marcar aquele golo em Marselha, enganando-nos a todos) e, obviamente, César Peixoto (mesmo que tivesse jogado a ponta de um chavelho, o plafond dele há-de ser negativo até 2022). Menezes escapou à miséria quando se mudou para a esquerda, e não foi só impressão minha, é mesmo coisa digna de nota. Também pouco a sério, e como quem desenferruja, o capitão lá molhou a sopa de novo. Poderosa Amelinha brincar, brinca, mas muito pouco. Caso mais sério é o de Franco Jara, uma inspiração para a vista de benfiquista que se preze. Ele é todo feeling, garra, entrega. A isso acrescenta ainda uma técnica apuradinha e aquela coisa a que se chama o sexto sentido - ou sentido de baliza. Fernandez, em noite de estreia, teve um ou outro apontamento também dignos de nota. Fiquei com a impressão de que tem mau feitio (não festeja um golo que oferece e faz birra quando é substituído?) e parece ser lutador. Se não acrescentar nada a este primeiro relatório, temos reforço para o judo. Jardel teve problemas musculares, o que se compreende perfeitamente: o jogo foi contra o Desportivo das Aves e o defesa teve muito mais trabalho ontem do que nos tempos em que, com a camisola do Olhanense, chegava ao relvado e se limitava a ver os companheiros da frente jogar e esmagar o adversário. Mas acredito que, com o tempo, se adapte a esta nova realidade. Moreira esteve muito bem.
Agora, meia-final a uma mão, na Luz, frente ao Grupo Excursionista. Há que ser sério e encarar o jogo com concentração, não facilitando. As surpresas acontecem e eu não quero depois ouvir "ah isto, esta taça não me importa para nada". Se não se adequa ao senhor Villas-Boas, ao menino Jesus interessa muito menos.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Top daqueles grandes jogadores que poderiam ter sido mas não foram

1- Dani
2- Quaresma
3- Hugo Viana
4- Hugo Leal
5- Hélder Postiga
6- Jorge Couto
7- Abel Silva
8- César Brito
9- Hugo Porfírio
10- Bruno Caires

Isto foi feito à pressa. De certeza que me estou a esquecer de muitos e que alguém há-de me lembrar disso.

PS - Estava a esquecer-me do Gil. Até podia vir em segundo.
PS 2 - E o Agostinho.
PS 3 - E o Ednilson (Benfica, inícios de 2000).

Top 16 português

Na quarta-feira, estava a ver a Gala Eusébio. É incrível como o futebol mudou, evoluindo de um desporto de pausa e expectativa, onde o talento e a iniciativa de um homem desequilibrava tudo, para uma medição rigorosa de forças, inteligência, perspicácia, estratégia e erros forçados, onde não sobra muito espaço para a inspiração e o talento individual, salvo as excepções dos grandes mestres da actualidade.
Sobre isto ainda voltarei a falar mais tarde, até porque ainda é cedo para concluir o que quer que seja. Mas não me surpreenderá se, daqui a 15 anos, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi forem vistos como “os dois maiores jogadores da história do futebol”.
Enquanto via o King a driblar, embaladíssimo em velocidade, deixando para trás 4, 5, 6 defesas confusos, por um lado, e fascinados, por outro, tentava listar mentalmente os jogadores portugueses que mais gostei de ver jogar. Isto, porque Eusébio jogou num futebol totalmente diferente e, um dia destes, deixará de fazer sentido dizer “o melhor jogador de sempre”, porque não são eras comparáveis – poderá dizer-se “o melhor jogador de tal era”, para que a avaliação seja mais justa.
Portanto, o universo a que vou reportar-me é o dos futebolistas portugueses que tenham jogado em 1986 e depois disso (o Mundial do México é a minha primeira imagem claríssima e consciente do futebol). A lista é pessoal e, como tal, obviamente discutível. Eu próprio poderei mudar de ideias se repensar o assunto, portanto espero que ninguém se ofenda. Se notarem alguma ausência demasiado grave, não hesitem em sugerir. Por motivos que, penso eu, são de ordem estética, os médios/avançados criativos estão em esmagadora maioria – embora haja algumas excepções. Noto também que, para além da Geração de Ouro, a lista contém uma quantidade lamentável de portistas dos inícios dos 90’s. Ainda estive para fazer batota e apagá-los…
Os jogadores portugueses que mais me impressionaram, são (por ordem) estes 16 (porque é um número redondinho):

1- Cristiano Ronaldo
2- Paulo Futre
3- João Vieira Pinto
4- Fernando Chalana
5- Luís Figo
6- Rui Costa
7- Vítor Paneira
8- Fernando Couto
9- Rui Barros
10- Paulo Sousa
11- Domingos Paciência
12- Rui Águas
13- Diamantino
14- Fábio Coentrão
15- Pedro Barbosa (podia vir em segundo, se algum dia tivesse tido vontade de jogar à bola)
16- Ricardo Sá Pinto

Se refizer a lista amanhã, aposto que há muita gente a mudar de lugar, exceptuando os 7 primeiros. O Ricardo Quaresma não entra nesta lista porque simplesmente seria uma traição ao belo desporto incluí-lo num grupo com nomes tão distintos (alguns nem tanto – mas seguramente mais distintos do que Quaresma, o trivelista amestrado).

PS - Após longa discussão nos bastidores ali do Facebook, há que dizer que faltam, ofensivamente, três jogadores a esta lista: Simão Sabrosa, Carlos Manuel e Sérgio Conceição. Por outro lado, queriam que excluísse o Sá Pinto. Não excluo. Primeiro, porque é um sportinguista e está em último, como pertence; segundo, porque bateu no Artur Jorge e só isso já justificaria a Bola de Ouro.

PS 2 - Ok. Nani e Ricardo Carvalho também podem alinhar nesta selecção.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Algo está errado

Quando um adepto do Porto diz "epá, adoro beluxi" está a referir-se a um homem.

Uow

Não me lembro de quando foi a última vez que isto me tinha acontecido, mas tenho ideia que A Bola ainda não era jornal diário: abro na secção das modalidades, página do hóquei em patins. O Benfica é primeiro classificado e o Porto é terceiro, a cinco pontos. It just made my day.

PS - Entretanto, cheguei à página 3 d'A Bola (eu leio os jornais de trás para a frente). Alguém me explica que merda de título é este: "Capuchinho Vermelho volta à casa do Dragão Mau"?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Perigo na área

Na área do Benfica, daqui a bocado, entenda-se. Afinal, diz que David Luíz não sai. Aparentemente, o Chelsea disse que sim senhoras, 25 milhões mais o outro. Hoje, quando era para fechar o negócio, diz que não queria dar tanto, que podia ser mais baratinho. A mim cheira-me a chantagem: põem o rapaz a pensar num balde de milhões de libras, com a garantia de que o negócio se faz; à última da hora, dizem que querem preço mais baixo de modo a forçar o Benfica a baixar as calcinhas. Espero que o David Luíz tenha cabeça e espírito para compreender que estávamos perante uma filhadaputice. Eu acredito que tenha. De qualquer forma, acredito que hoje seja um jogo estranhíssimo para o 23. Oxalá me engane.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Histórico... embora passageiro, com certeza

(Mantendo a tradição, o homem já estava bebido quando chegou ao ponto 2 da prosa...)

"Deu-nos a fome e uma indisfarçável apreensão ao constatar o contraste entre a nossa pasmaceira habitual e inicial e a cavalgada com que os encarnados se atiraram logo ao jogo deles (...). Verdade, verdadinha, é que eles estão a jogar bem mais do que nós."
(Miguel Sousa Tavares, in A Bola)

Se daqui a duas semanas o Miguel mantiver que o Benfica está a jogar "bem mais do que eles", deixo de beber Jameson. Não quero perder o domínio sobre a minha consciência - de então em diante, só beberei Bushmills.

Matic?! Mas então não era em libras?!



Luís Filipe Vieira não compreende o porquê dos 25 milhões em euros e os outros 5 nessa moeda estranha.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Benfica vs. Rock

Há, infelizmente, muita coisa que é preciso afinar para garantir que o Benfica ganhe um jogo. Ter os jogadores certos, a equipa em boa forma, um adversário que nos seja acessível, o terreno de jogo em condições adequadas, uma arbitragem que nos seja pouco prejudicial, a táctica certa, o Cardozo com o pé quente, o Saviola com sorte, o Pablito em dia sim, uma defesa certinha, um Coentrão inspirado ou um público motivador são factores de enorme peso para que a nossa vitória seja obtida. Mas há um outro factor que é incontornável: a minha compatibilidade com o momento do jogo – ou seja, o grau de possibilidade de eu assistir à partida, concentrado: quanto maior o meu nível de “presença” atenta, maior a probabilidade de ganharmos de goleada; quanto menor a minha relação com o desafio, menor a probabilidade de vencermos. Isto é verídico e está comprovado cientificamente.
O bom adepto do futebol, com amor ao cachecol, à bandeira e aos jerseys que tem espalhados pelas várias divisões da casa em modo “decoração de bom gosto” (mentira: é tudo distribuído em função da nossa superstição), saberá que o que não falta por aí são motivos para incompatibilizar uma pessoa com o momento do jogo. Ele é a nossa miúda que é do Sporting, ou o jogo que calha a horas do trabalho, ou a televisão que se avaria, ou o metro que se atrasa e chegamos à Catedral 20 minutos depois do kick-off, ou vamos a um café que tem SportTV mas é de um tripeiro que prefere a SportTV2 porque está a dar o Real Madrid – Almería e ele gosta mais do Mourinho do que de saber ler, ou já tínhamos combinado jantar com a miúda, que é do Sporting, num sítio romântico e sem televisões e sem rede 93 e só sabemos do resultado quando vamos à casa-de-banho e perguntamos ao empregado de mesa “quanto está?” porque o encontramos “casualmente” no caminho. Ou quando vou ensaiar ou dar concertos. É que é limpinho. Se os deuses da bola andam com a neura, o melhor é eu deixar a guitarra arrumadinha à hora do Glorioso. Exemplos? Oh meus amigos, vamos isso: um showcase em Coimbra à hora do Vitória de Guimarães – Benfica; um ensaio à hora do Happoel Tel-Aviv – Benfica; outro concerto simultâneo com o Benfica – Schalke. Querem mais? E isto só esta época.
Sábado passado, fui ensaiar com uns amigos meus. Marcou-se o ensaio sem que eu tivesse olhado para o calendário da liga, mea culpa. Apercebi-me da gravidade da situação apenas na sexta-feira, quando já seria de mau tom desmarcar o ensaio com pessoal que, ainda por cima, se divide entre Sporting (baterista e guitarrista) e Porto (baixista), malta que ainda por cima sabe deste meu handicap cósmico-futebolístico e que se regozijou com a possibilidade de sermos travados pelo Nacional.
O ensaio estava marcado para as 22h00. O Benfica marcou o primeiro e eu animei-me. Enquanto eu estava à espera da boleia, o Sidnei fez 2 a 0. E fomos assim para intervalo. Era dez e pouco e o pessoal do estúdio não aparecia para nos abrir a porta e eu fazia figas “só mais um bocadinho, atrasem-se só mais um bocadinho...” na esperança de nos ver amealhar golos suficientes para precaver a cabazada que iríamos levar a partir do momento em que eu ligasse a guitarra ao amplificador. Abriram-nos a porta havia três a zero. Foi providencial aquele atraso…

Good bye, David

David Luíz está de saída. Não é inesperado, da mesma maneira que não seria, penso eu, inevitável a saída do 23 “já”. As mexidas a meio da época são arriscadas e podem desequilibrar plantéis. Numa situação normal, o que acontece é isto: o valor da transacção (e do salário do jogador…) é inflacionado; a equipa que vende fica a perder desportivamente, mas a ganhar financeiramente; do lado de quem compra, o resultado é o inverso.
Convenhamos, o Chelsea leva um grande defesa central, talentoso, poderoso, jovem e, ao mesmo tempo, experiente. O Benfica completou a formação de David Luíz. Justifica-se, portanto, que o Chelsea pague bem por um central que, numa montra com muito maior visibilidade, tenha possibilidade de se afirmar rapidamente entre o top 3 mundial na posição que ocupa. Neste contexto, penso que vender abaixo dos 30 milhões não é um negócio brilhante do Benfica. Mas se se conseguir um valor a rondar esta fasquia, há que encarar a venda como “positiva”.
Por outro lado, existe a “etiqueta Benfica” que, neste momento, não vale tanto quanto a “etiqueta Porto”, por exemplo, capaz de vender Bruno Alves, com 29 anos, a uma recôndita equipa russa que nada em petrodólares por 22 milhões de euros. Isto é, nesta perspectiva, 30 milhões é (será?) um belo encaixe (seria mesmo o record de vendas do Benfica, penso eu, acima do total conseguido com Di Maria). Este lado é reforçado pela natural ambição de um jogador que sabe que pode chegar ao topo e que tem a consciência tranquila – tem de ter – relativamente ao seu percurso no Benfica.
Estamos, então, neste pé: se o Benfica vender já, é legítimo que estique a corda até aos 30 milhões; perde um defesa central raro, mas tem substitutos que, não estando ao mesmo nível, podem entrar facilmente na equipa e ter bons desempenhos (Rodercik e Sidnei estão no plantel; Miguel Vítor está emprestado, mas tem valor); David Luíz ganha a notoriedade que merece e o Chelsea ganha um grande central. Se o Benfica esperar pelo final da época, arrisca-se a ver o jogador desmoralizar e, pior ainda, desvalorizar (basta que seja eliminado na Liga Europa, o que não é, de todo, um cenário de fantasia…).
Por tudo isto, tenho a dizer que, apesar de me desagradar a ideia de ver sair David Luíz, não me ofende pensar numa venda que deixe todas as partes a ganhar qualquer coisinha… Nem que “qualquer coisinha” seja uma enorme pipa de massa que poderá servir, por exemplo, para comprar o Sálvio, o meu próximo jogador preferido quando o Aimar se reformar.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sport Buenos Aires e Benfica

É fim-de-semana sim, fim-de-semana sim. Capas com alusões ao tango, expressões como a "armada argentina" ou golos "da terra das Pampas". Sim, temos muitos argentinos. E dos bons, já agora. Não entendo o incómodo. O Arsenal já teve a "armada francesa" e nunca deixou de ser inglês e joga num estádio dos Emirados. O Barcelona, equipa espanhola, está pejadinha de catalães. Mas não, ao Barcelona ninguém chateia... Já o Benfica não pode ter meia-dúzia de argentinos infernais que é logo a piadinha. E mais: o Cardozo é paraguaio e o Sidnei é brasileiro. Como vêem, nem tudo joga ao som de Piazzola - embora, por vezes pareça, quando o Pablito e o Saviola fazem par.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Os Sonhadores

Faço parte de um grupo muito raro e exclusivo de Benfiquistas. Feliz ou infelizmente, porque nem sempre é fácil ser-se assim, sou um dos que restam dessa espécie em vias de extinção que responde pelo nome de Sonhadores. Não confundam. Não estou a falar dos que acreditam conscientemente que vamos ser campeões da Europa já na próxima época ou que ainda apanhamos o folcuporto nos 14 jogos que restam ou que vendemos o David Luiz pelo valor da cláusula de rescisão ou que o Benfica tem mais adeptos do que o Flamengo e o Barcelona juntos. Nada disso.
Os Sonhadores são uma raça específica. Com um dom. Nós sonhamos com coisas futuras que vêm a concretizar-se, invariavelmente (pelo menos, até prova em contrário). Vemos coisas onde elas não existem – às vezes interrogo-me se alguns árbitros do FCP não serão, também eles, Sonhadores.
Eu, por exemplo, sonhei com as duas finais da Taça da Liga (don’t ask…) que o Benfica ganhou - e com detalhes e tudo; sonhei com a vitória do Benfica sobre o Rio Ave na última jornada do ano passado; sonhei, antes do fim do campeonato, que o Jesualdo iria treinar o Panathinaikos (e fiquei muito ralado quando ele foi, primeiro, fazer má figura para os outros espanhóis); e, mais recentemente, sonhei que o Funes Mori viria para o Benfica (veremos se se concretiza). Não estou a mentir. A cada sonho, enviei sms a amigos Benfiquistas que podem confirmar estes meus sonhos premonitórios. Adiante.
Um amigo Benfiquista, também ele Sonhador, teve a seguinte premonição: Cardozo sairá por 23,5 milhões de euros para o Shakhtar ou para o Rubin Kazan. Veremos se os sonhos deste Sonhador estarão tão afinados quanto o pé canhoto do Tacuara.
Sobre a possibilidade de esta venda se concretizar, e os prós e contras da mesma, falarei num post futuro.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

The Man Who Wasn’t There

Se os irmãos Coen percebessem alguma coisa de soccer, em vez de um barbeiro teriam escolhido um mau striker para escrever este filme – e até podiam deixar lá a Scarlett Johansson à mesma, se quisessem.
O ponta-de-lança tem, no futebol, desde sempre, a mais intangível e difícil de descrever das características fundamentais de um jogador. Não é fácil falar sobre ela. Trata-se de uma espécie de toque de Midas, que funde timing com perspicácia, decisão com inteligência, esperteza com precisão. No fundo, a qualidade que se pretende num matador é aquela que lhe permite o gesto fatal, o golpe que muda o jogo e que faz a história.
Há pontas-de-lança de vários estilos e para muitos gostos. Há-os mais participativos e lutadores, como Wayne Rooney, ou os mais furtivos e discretos, como Inzaghi. Há-os completos, como Henry ou Ronaldo Nazário, os toscos, como Crouch ou Cardozo. Pouco interventivos, como Jardel ou Van Nistelrooy, ou muito em jogo, como Larsson, Raúl ou o Grão-Mestre Bergkaamp. Os adjectivos que os descrevem importam pouco. Para além de empolgarem mais ou menos os adeptos, todos estes têm (ou tinham) em comum aquela tal coisa mística, o extraordinário poder de fazer o golo.
Sendo talvez impossível explicar esta inefável qualidade, torna-se, pelo contrário, muito fácil identificar a sua ausência. Um mau ponta-de-lança é, sempre, aquele homem que não está lá. É a primeira lei do futebol: para se fazer um golo, tem de se tocar na bola – e às vezes nem isso basta (atente-se no golo de Saviola – outro! -, que se desviou da bola rematada por Cardozo e…). Estar lá é imprescindível a um ponta-de-lança decente.
Ontem, no estádio, constatei definitivamente uma coisa sobre a qual ainda tinha dúvidas e secretas esperanças: Kardec não é um bom striker. Não houve um único lance em que tivesse estado oportunamente no lugar onde cai a bola, uma antecipação a um defesa, uma sorte num ressalto, uma oportunidade de recarga. Bem podia ser barbeiro.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Uma questão de imagem

Não sei se já repararam na foto do perfil. Tentei, por um lado, sublinhar a sensualidade de um banho de espuma; por outro, homenagear todos os leitores anti-benfiquistas gostavam de me vir à tromba. Como vêem, não merece o esforço. Sou inofensivo. Até tenho um ar meiguinho.

A Bola

A Bola, não a redonda, mas antes a rectangular que por vezes é quadrada, é tida, por benfiquistas e anti-benfiquistas, como o jornal oficioso do clube. E ainda bem que o é. Se não fossem as capa d’A Bola a inflacionar todos os jogadores que pretendemos com ameaças de que o Porto também o quer e que “ já há contactos”, como é que nós conseguíamos esbanjar o dinheiro que nos sobra, semana após semana? Inimigo por inimigo, prefiro o Record, que ao menos a esse ninguém liga.

PS - Hoje, e para não ser sempre A Bola a encavar o Benfica, quem vai à bola sou eu.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Elegia prometida

Num tempo longínquo
Em que almejou ser rival
Não conseguiu melhor que o sonho
De um dia vir a ser igual
Ao Maior de todos,
O Glorioso de Portugal.

Da existência errante,
Saúde-se a ilusão persistente;
Sublinhem-se as vitórias,
Ainda que raras;
Recordem-se as conquistas,
Mesmo as que foram caras.

De quando foi o segundo da Pátria
Se relembre a era
Que terminou inglória
Após dezoito anos de espera.
Que se lamente o triste fim
Agonizante e o estertor
Às mãos do artista alvo
José Eduardo Bettencourt.

E que se diga a verdade:
A todos inspirou –
Misericórdia, compaixão, comiseração e piedade.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Não vos peço que sejam sérios - estimaria apenas que se calassem

Não é novidade, não tem ponta de inesperado e só surpreende os crédulos que, como eu, acham que existe um limite moral para a hipocrisia e para a má-fé. Já tenho idade para saber que isso são fantasias minhas.
Vamos por partes: o Benfica foi ontem beneficiado, claramente, num lance em que a bola entra na baliza depois de tocar em Saviola, que se encontrava em fora-de-jogo. É um erro grave, sim. Beneficia o Benfica, é claro, também.
Se o jogo tivesse terminado nesse instante, eu compreenderia a histeria das carpideiras. Mas não. Jogaram-se mais 71 minutos (não contabilizando os tempos extra). E nesses 71 minutos, entre outras falhas menores, a Académica comete, por duas vezes, faltas claríssimas e indiscutíveis dentro da sua própria área. Em ambos os lances, o árbitro ignorou. Nesses dois lances, o Benfica foi tão claramente prejudicado quanto foi beneficiado no lance do golo. Isto é factual.
Nem sequer me vou dar ao trabalho de argumentar mais, explicar, fazer desenhos ou defender o que é óbvio: se tu, jovem anti-benfiquista, tens um computador e ligação à internet, é bastante provável que o teu Q.I. exceda os 65, pelo que já deves ter percebido a ideia. Portanto, pára de chorar e de reclamar. O Benfica não foi beneficiado. Nem a Académica, já agora. Foram ambos prejudicados. Aliás, tal como o futebol é prejudicado com certas entradas, como aquela do Pape Sow sobre o Cardozo ou qualquer uma do Elmano Santos em qualquer campo do mundo.

Fraquinho, fraquinho, fraquinho

Ao contrário do que o título sugere, este texto não é sobre o Sporting (a quem, brevemente, dedicarei a merecida elegia). É, antes, sobre o jogo de ontem. Penso que foi um dos jogos mais fracos de toda a época, sobretudo na segunda parte. Enquanto foi 11 contra 11, o Benfica criou várias oportunidades claras de golo (que teimou em desperdiçar). Carlos Martins é uma sombra do que era no seu assombroso início de temporada; Gaitán não é jogador para o Benfica, cada vez tenho mais a certeza disso; Saviola continua a ser salvo pela sorte tremenda que não o abandona (oxalá assim continue), mas falha em todos os campos: drible, passe e finalização (fora os tais momentinhos de sorte, lá está). Apesar da melhoria na equipa, indissociável do regresso da boa forma de Tacuara e do surgimento, esperado, de Sálvio, ainda há muitas peças com rendimento baixo. O jogo, em si, foi entediante – não fora o golo dos meus sonhos, e teria sido mesmo uma perda de tempo. Por falar no golo, deixo aqui um pequeno lamento: Elmano poderia ter tido também ele uma arbitragem de sonho. Pena não ter sancionado aqueles dois penalties. Percebe-se que o golo validado ao Benfica vem dar nova expressão ao adágio “na maior nódoa cai o melhor pano”.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Reserva-se o direito de admissão neste estabelecimento

Sim, os comentários são, a partir de hoje, moderados. Ainda mal abri a boca, já houve criaturas com ganas de molhar a sopa. Resultado, está o caldo entornado. Ficam já a saber os anti-benfiquistas primários (ou os anti-dieguistas com problemas e falta de atenção) que, quanto aos insultos, sou implacável: quem diz é quem é. Querem ser do Sporting? Problema vosso. Querem torcer pelo Porto? Antes isso que ter nascido coxo. Agora, implicar só por implicar não merece o MEU tempo de antena.

A direcção.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O meu jogador preferido

O meu jogador preferido do Benfica é todos (menos o César Peixoto e o Mantorras). Mas o mais preferido de todos é o Aimar. Porque somos parecidos, técnica, táctica e fisicamente, e porque tenho uma camisola com o nome dele e o respectivo número 10, que ganhei numa competição de adivinhação num blogue meu amigo. Quando, há três anos, veio nas capas dos jornais que o Pablito era do Benfica, julguei que fosse mais um para jogar na equipa do Robinho, do Tomasson ou do Robert Pires. Mas não, era mesmo verdade (chocou-me, positivamente, a tal ponto que, no ano seguinte, guardei A Bola com Saviola na capa a dizer que também era nosso). Decididamente, depois de anos à deriva, o Benfica reencontrou-se com a finésse dos números 10 com o retorno de Rui Costa, de quem Pablo Aimar é legítimo herdeiro e, nos dias bons, executante máximo da disciplina do maestro.

227218

Eis o meu número de sócio. Sim, podia ser um número mais baixo. Sim, podia ser sócio há mais tempo. Mas fiz questão de esperar para acertar o meu número de sócio com o número de vezes que o Benfica é melhor do que o Porto e o Sporting - juntos.