segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Se algum dia encontrarem a bola, revê-se o resultado final

No fim do jogo, a conversa era a mesma em todo o lado. “Quantos é que ficou?” Ninguém tinha conseguido contar. “Sei lá… eu vi a bola entrar umas cinco ou seis vezes, mas não sei se contaram todas, estou em crer que não”. E ainda havia aquelas que bateram nos postes “mas que também não contaram – só contam lá dentro”. E mais outra, “no penalty do Cardozo… não percebi aonde é que a bola foi parar”. Ninguém sabe. Terá passado por dentro da baliza? Não deu para ver. Que fique registado como lance incógnito. “Mas eu desconfio que o João só contou três…” Terá sido? “Nah, só?!...” Indignavam-se alguns. Não podia ser. Três era muito pouco, até para o João. “Ah pois é… e foi sorte não ter sido o Olegário - com esse ficava um a zero e e…” Sim, todos concordaram que sim. Com Olegário, aquilo era jogo para zero a zero, até. Mas não se percebia o critério para contar os golos. Foi então que alguém explicou “o João estava a avaliar pela nota artística: com classe, sissenhoras, é golo; com força, mais à bruta, não vale. Ficou três e uma incógnita a zero”. Concordou-se que sim, devia ter sido isso. Lamentou-se ainda que só tivesse valido três pontos.

Sem comentários: