quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Queiram desculpar, este homem dá-me nervos

Senhor Eduardo Barroso,

não belisco, nem por sombras, os méritos e talentos que terá na sua profissão, que não é para aqui chamada, e, por isso mesmo, não o trato por "doutor" - até porque felizmente não me dirijo a si na qualidade de paciente; pelo contrário: dirijo-me sem paciência à sua falta de qualidade. Para começar, o senhor Barroso tem uma escrita medíocre que dói, chata, aborrecida, sentimentalóide, lamechas e desenxabida. Ainda assim, pagam-lhe para que escreva e, como se não bastasse, publicam-no. Pelos vistos, há tanta gente com sorte quanto pessoas com falta de critérios.

Vem o senhor, semana após semana, queixando-se disto e daquilo e do outro, páginas e páginas e páginas de queixas e queixas e queixas e lamentos. Tentando auxiliá-lo, vou analisar aqui os seus sintomas: o senhor é moralmente hipocondríaco e sportinguistamente incontinente. Cura não tem, mas, com o acompanhamento devido, poderá ter melhoras. Para começar, recomendo um afastamento rigoroso das actividades da escrita.

Senhor Barroso, entenda: isto não é revolta. É fadiga. Cansa-me lê-lo e saber precisamente o que vai dizer, qual será a acusação seguinte, o queixume futuro, a suspeita que se avizinha. É, portanto, sem espanto mas com fastio, que leio a suspeita suja que levanta acerca do Benfica e da compra desse monstro do futebol mundial, o tal Djanini que, aparentemente, jogava nas competitivas distritais da Ilha Terceira. Adivinhava-se a perfídia e aí está ela. Pouco importa que o melhor dos leirienses naquela espécie de campo tenha sido precisamente esse jogador que o Benfica comprou; de nada vale que tenhamos demonstrado de modo inquestionável o quão melhores somos do que o nosso - honrado! - adversário. O Benfica comprou o Djanini e foi esse o único aspecto que lhe ficou na retina. Talvez o resultado lhe tenha escapado: ficou 4 a 0 para nós. E foram quatro golaços, daqueles que a sua equipa, acredite, teria dificuldade em marcar.

Se a djaninice era previsível, o chorinho da arbitragem, esse eterno choro, seria obrigatório. E o Eduardo não se furta às obrigações: considera o senhor, com o maior dos desplantes e a moralidade que lhe reconheço, que um fora-de-jogo mal tirado ao Sporting impediu que o Elias, esse mesmo que tem a pontaria de um Postiga, seguisse isolado nos 35 ou 40 metros que faltavam para a baliza da comadre portista. Sublinha o senhor que "pode ter sido um erro de arbitragem com directa interferência no resultado". Sejamos claros: quando se protesta, um gajo tem de assumir - ou é ou não é. Essa merda do "pode ter sido" é cobarde. Perdoe-me o registo carroceiro, mas sou assim mesmo quando me enervo e o senhor enerva-me com frequência. Portanto, em que ficamos? Foi ou não um erro com interferência directa no resultado?

E agora, já que estamos moralistas e com a mão na massa, não quer o senhor Barroso dar-me a sua opinião acerca daquele lance em que o Elias - o mesmíssimo Elias - empurra ostensivamente o Otamendi em plena área do Sporting, com o portista no ar? "Poderá ter sido" um erro de arbitragem com influência no resultado ou poderá não ter passado apenas de impressão minha?

Tenha vergonha. E, sobretudo, tenha dó. Não terá mais o que fazer do que escrever, e mal, com moralismos de pacotilha, com frases de meias insinuações, textos que revelam a espinha dorsal do lagarto que tão sentimentalmente é?

Enervadamente,

Diego

Ó senhores d'A Bola, mas não se pode despedi-lo? Porquê? Se querem um sportinguista, contratem o Bulhão Pato, pá!É que este homem é uma nódoa.

12 comentários:

POC disse...

Brilhante Diego.
Dá para pormos isto n'A Bola de amanhã? Fazemos uma vaquinha...

Eduardo, se nos estás a ler, aprende. O Diego ensina a escrever. E a arranjar argumentos válidos também.

Este senhor Eduardo devia concentrar-se naquilo em que é realmente bom: salvar pessoas e ser um excelente médico.
Quanto ao resto, o melhor é assobiar para o lado e fingir que o seu desporto é mesmo o cricket português. É menos gozado.

http://simaoescuta.blogspot.com

Éter disse...

O mesmo que disse que o Di María era um brinca-na-areia e nunca chegaria a lado nenhum e que o Saviola era um grande jogador, mas de futsal.

lawrence disse...

Tinha que ser um saloio a escrever uma peça destas!
Afinfa-lhe que ele tem lombo para isso!

Vareta disse...

Sportinguista como sou, subscrevo inteiramente. Há balões de Santo António com menos ar quente...

Here Comes The Rain disse...

Então porquê é que ainda lês?

És tu que tocas de vez em qdo na Antena3?

Hugo Rocha Pereira disse...

Clap, Clap!!

Diego Armés disse...

Porque o leio? É uma boa pergunta e aproveitarei para escrever mais um post exclusivamente dedicado a esse assunto, evitando assim tocar no tema da Taça nacional.

Quanto à Antena 3, suponho que sim.

Unknown disse...

O Arnés tem uma estranha fixação por médicos.

Procura o blog ou o email do gajo e demonstra-lhe como tu és um gajo civilizado.

Diego Armés disse...

Tem calma contigo, Cacilhas.

Unknown disse...

E diz lá que não soube bem aquele "prémio" dos Santos da Casa? Como vês não sou rancoroso, a malta de Coimbra é assim, e como te prometi fiz chegar o teu trabalho a quem de direito.

Não precisas de agradecer.

Cacilhas? Desculpa não percebi se é piada ou um dos teus histerismos.

Quando dás um concerto em Coimbra? E no Porto, isso é que era de Homem, Asnés.

Diego Armés disse...

Em Março, se tudo correr bem.

Unknown disse...

Em Março onde? Coimbra ou Porto? E onde, não me digas que o pessoal do Gil Vicente te convidou?

Tonho, se isso for verdade podes desde já nomear-me teu agente!