Foi, como se usa dizer, um jogo sem grande história. O Lodz lá ganhou e penso que parte do mérito da vitória se deve ao apoio incansável de um público pouco numeroso e bastante desafinado, sim, porém cheio de vontade e, suponho, de fé, uma vez que não encontro outra explicação para se ser adepto desta equipa. Nem da outra, já agora, mas essa não tinha ninguém a apoiá-la, o que me reconforta na medida em que me mostra que existe alguma lógica no espírito das gentes da bonita cidade de Tromso.
O placard ficou em 2 a 1 e eu, entre comentários jocosos no facebook a propósito do desafio, lances de xadrez no Chess.com e cuidados com o meu manjerico gigante - o Matusalém, que já tem quase um ano -, acabei por não ver qualquer dos tentos. Isto, conjugado com a qualidade de jogo das equipas, leva-me a crer que o resultado foi manipulado, já que não acredito que alguma das formações tenha conseguido, de facto, sair dali da região do meio-campo, fosse com passes, em futebol apoiado, ou em lance individual, com algum talento a sobressair. Em termos de talento, as 12 pessoas desafinadas que cantavam pelo Lodz ficavam claramente acima das 22 descontroladas que povoaram aquele hectare durante 90 minutos.
Matusalém, manjerico com 273 dias de idade, aprecia a paisagem - de futebol gosta, mas não liga muito.
No entanto, o que mais me surpreendeu foram os esquemas tácticos das equipas, que encaixaram na perfeição: se uma fazia lembrar um novelo, a outra mais parecia um embrulho. Alguém distraído e descontextualizado que olhasse de relance poderia pensar que estavam em campo mais do que os 22 jogadores que a lei autoriza - mas não, o que acontecia é que os 20 que não eram guarda-redes se juntavam todos ao centro para mandar pontapés para cima - e todos juntos pareciam mais do que eram na realidade. A estratégia de ambos os conjuntos também não diferia por aí além e juntava elementos de artes distintas e distantes, como a barbárie, o absurdo e o arremesso bizarro de objectos redondos.
Agora que terminou a partida, não me sinto saciado, os nervos continuam. Abro o First Row e fico contente: há jogos da CAN. Posso escolher entre o Togo - Tunísia ou o Argélia - Costa do Marfim e lamento o emparelhamento das equipas, pois acho que teria mais interesse se fosse um derby berbere e um clássico entre nações que eu tenho dificuldades em situar no mapa. Mas, postas assim as coisas, vou assistir ao Togo - Tunísia, que eu gosto do Adebayor.
7 comentários:
Alguns pontos soltos:
- O Matusalem é um brasileiro que joga na Turquia, acho eu
- O Togo e a Côte d'Ivoire são na África negra, depois da Guiné e antes da Nigéria
- A Côte d'Ivoire deve ser a maior potência africana de momento
- Além dos noruegueses não serem grandes adeptos do pontapé na chincha, não me parece que fossem seguir a equipa num particular
Hum. Bom, o Matusalém é aquele senhor da Bíblia que morreu com 969 anos. acho eu - mais cerca de setenta do que o Adão. Era avô do Noé e, diz-se, terá perecido aquando do grande dilúvio, como a generalidade dos seres vivos de então, de resto, com excesso das parelhas que o Noé escolheu para enfiar na arca, juntamente com a sua própria família. Quanto à geografia, perdi-me aí na Nigéria. Tenho uma vaga ideia, porem, de onde fica a Guiné, seja ele Conacri ou Bissau. Para finalizar, não existe outra justificação para não se seguir o Tromso para onde quer que seja, mesmo na própria cidade de Tromso, que não seja esta: não tem o menor interesse.
Esse da Turqia, que é brasileiro, é Matuzalém, com z. E é mais jovem do que o outro senhor, embora caminhe para a veterania, segundo os parâmetros do futebol ocidental.
Não sei, já o conheço de há uns aninhos da Liga dos Campeões, senão tem 969 anos, deverá andar lá perto.
A Nigéria fica antes da reentrância de África, pelo que o Togo, o Benim, a Costa do Marfim, ficam naquela faixa horizontal que separa a África do Atlântico (não sei se me fiz explicar). Podemos dizer que São Tomé fica a Sul da Nigéria.
Seguir o Tromso ou o Nordsjaelland, deduzo que tenha o mesmo interesse. Mas mesmo que fosse o Lodz a jogar na Noruega, duvido que os polacos seguissem o Lodz.
Se isto não é o blogue mais pedagógico e didáctico do seu segmento...
e nem tem as fotos da Dora, eheheh
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