terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Crónica do conceito e de um certo preconceito

Estávamos nós com as nossas barbas e os nossos cigarros, sentados quase rente ao relvado, a uns 20 metros dos nossos alter-egos. Já era de noite mas ainda não era tarde, estava frio e pouca gente. Porém, o ambiente era acolhedor. «Daqui até dá para perceber como é que eles recebem a bola no pé»; dali dá, antes de mais, para perceber por que é que estão lá eles e não eu. Àquela distância, tudo se torna claro, fácil de entender. «É que aquela bola é muito dura, pesada, cheia de tensão», acha o Ricardo. «Depende do pé…»

Estão feitas as apresentações, recolhidos os aplausos e o Eduardo chega à pequena área. Executa o seu ritual com cerimónia e depois, com simpatia, cumprimenta o público por trás da baliza. «Força Artur!», grita o Ricardo. «Não é o Artur, é o Eduardo» - há gente surpreendida e até um ou dois indignados. «Artur não é um nome, é um conceito!». Pronto, está explicado. «Dá-lhe Artur!»

Começa o jogo e eu com nervos. Fico desconcertado com a falta de educação das visitas: desoriento-me quando me trocam o campo, tal como reajo mal se alguém me bebe directamente da torneira da cozinha. O Benfica ataca de Sul para Norte na primeira parte, enquanto aquecemos! – é assim que se processa, faz parte; na segunda, ataca de cima para baixo, que é a descer e nós vemos os golos mais de perto. Mas há sempre alguém chamado Briguel, pequeno de espírito e parco em bons modos, que insiste em amesquinhar nos detalhes. Começamos, então, de cima para baixo, o que tira uma mãozinha de tempero à segunda parte. «Estes gajos, pá, não aprendem: todas as equipas que inverteram o campo, perderam, diz na história», afirma a 191036. «Não percebem que não lhes vale de nada? Perdem à mesma, só são mais desagradáveis…» A história ensina de tudo, até as boas maneiras.

Nélson Oliveira brilha. Não tenho o que acrescentar ao que toda a gente viu anteontem e ao que toda a gente pôde ler ontem. É craque. «Por isso é que ele está ali e nós aqui». É uma questão pertinente: o que é que verdadeiramente diferencia um gajo que joga bem à bola de um caso sério de jogador de futebol? É receita com muito ingrediente. Mas este miúdo aviou-se bem e parece não lhe faltar nada. Pelo contrário, o excesso foi o seu pecadilho: compreende-se o apego à bola e dá gosto ver aquela paixão na ponta dos pés. Porém, fica a nota: Nélson, também dá para passar aos colegas. Bem sei que o caminho mais curto entre dois pontos se desenha com uma linha recta – isto, em todas as circunstâncias menos no jogo da bola. Neste, por vezes existem atalhos menos simples, mas mais eficazes.

«Gosto muito de ver o jogo daqui, mas nem tudo se percebe bem… lá ao fundo vê-se mal», quem o diz é o Edu. O Ricardo concorda. O Sóce diz que sim, também. E nisto o Pouga salta à bola com o Javi e eu «epá, isto é agressão, foda-se!». O lance foi no meio-campo. «O quê? Como é que conseguiste ver daqui?». «Vi, estou-te a dizer que vi, o gajo fez assim como o cotovelo». É que vi mesmo. Soares Dias mostra o vermelho, o público aplaude sem perceber muito bem o sucedido e eu faço aquela expressão de “tóómaaaaaa”. Os olhares incidem em mim com pontos de interrogação na ponta do nariz, «eu não disse que vi? Eu disse». Pontos de interrogação transformam-se em pontos de admiração confirmados por gentis anuências.

Duas filas è frente «diz na telefonia que é mal expulso, que não há agressão, diz que na repetição dá para ver». Olhares inquisidores derramam-se sobre mim e afogam as anuências todas e os seus pontos de admiração. Reajo com serenidade, «só prova que o sítio afinal foi bem escolhido: eu é que vejo mal, vocês viram o lance na perfeição. É ou não é?». Silenciosos pontos de baralhação proclamam o fim do debate. Continuemos a ver a bola.

Os dois parágrafos anteriores sucedem já depois do intervalo, mas não me dava jeito partir o texto lá atrás. Foi um intervalo, diga-se, a puxar ao popularucho, entre espreitadelas à Lucy e à filha da Lucy, tudo ao som do Ai Se Eu Te Pego, primeiro, e do Here Comes Your Man, depois. Here Comes Your Man não é popularucho? Depende da conjuntura. Quando é ostensivamente dedicado à Lucy antes de o seu marido subir ao relvado, não há Frank Black que não se transforme em Michel Teló.

Há três a zero, há 11 para 10, há 81 jogados e 12 por jogar. «Olha, vai entrar o D’jánique». O povo vibra com sorrisos e gritos de incentivo, mais pela graça do que pelo sentimento. Sejamos honestos: D’jánique não é um nosso alter-ego, nunca o será, apesar de estar naquele relvado com aquela camisola. D’jánique é um rapazinho com graça que fica bem no final de um bom espectáculo de entretenimento. «É o nosso brinquedo novo». D’jánique toca na bola meia-dúzia de vezes. «Diz que está perro». Compreende-se. Porém, o que no início era claro e transparente – «por que é que são eles que estão ali e não eu» - fica um pouco mais turvo. «Até sábado, pessoal».

37 comentários:

POC disse...

Meus caros, nós somos 3 sempre presentes. Mas fomos só 2 durante alguns anos. Invejo o facto de estarem juntos nestas andanças. É do melhor que há na vida.
Invejo porque no meu grupo, eu sou o único verdadeiramente doente e apaixonado. E por aí vejo mais que no meu grupo.

PS: gente pequena é que nos tenta tirar a segunda parte a descer, mas os resultados estão à vista.

Grande abraço.

http://simaoescuta.blogspot.com

Ricardo disse...

Fui enganado. Fui levado à certa para ali (eu que sou de altos voos, quase quase a águia) sob a justificação armésiana de que "ali quase comemos os golos na segunda parte" (isto numa citação muito livre do que disse Diego, entres imperiais).

No entanto, há Briguel. E outros brigões. E agora eu só sento o cu no Piso 0 se antes ligar aos capitães das equipas adversárias a saber das intenções dos malandros. É que (é que?) como diz o Vinicius:

"Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não,
tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado em baixo: Deus.
E com firma reconhecida!"

Mas levo esta maralha. Nada como uma boa companhia para Eduardo entender que é o Artur.

POC disse...

Eu voo mais perto da Águia. Não me lixem, vê-se melhor!

Diego Armés disse...

Ai, que mariquice... "vê-se melhor"... Em casa vê-se ainda melhor. E é em casa que a gente quer ver a bola, por acaso? Sentir o cheiro da relva, cantar com os No Name, falar com o Artur e saber que ele ouve, dizer "Pablito, quero ser teu irmão" de cada vez que ele marca um canto e vê-lo sorrir... Opá, vão-se foder mais o vosso conforto.

Ricardo disse...

O Diego fica muito sensibilizado com esta coisa do Piso 3 vs Piso 0. Temos de ir por caminhos menos espinhosos.

No antigo Estádio, o meu lugar era primeiro anel, central. Foi ali que, uma vez, entre uma multidão de cus na bancada corrida, me senti mal com um Sol de quase Verão (sim, havia Sol nos jogos, foi há 100 anos) e, não sei como, os solidários benfiquistas conseguiram meter-me deitado com as pernas para cima. A tensão, a tensão.

Sempre adorei ver os jogos ali, perto dos sovacos do Veloso e das perninhas bamboleantes do Paneira. Aquilo era relva, mato, o som da bola e até as caralhadas eram mais caralhadas.

Hoje prefiro não o conforto (conforto? foda-se, Armés, qual conforto? aquilo é mais frio que a puta que pariu os filhos do Reinaldo Teles) mas a visão. O jogo. O xadrez móvel. A altura. Até porque neste dá para ver o jogo decentemente. No outro, um gajo ia para o Terceiro Anel de binóculos e mesmo assim via os jogadores como formigas.

Hoje tornei-me um adepto do "repara naquela movimentação" e menos do "dá-me a camisola, Emerson".

Mas, sim, no fim concordo com o barbas do Armés: mau mau, mas mesmo mau, é ficarem em casa. Mas isto é desnecessário cagar.

Unknown disse...

Deixem-se de tretas. Enervam-me as pessoas que falam do conforto do lar a ver um jogo de futebol.

Dá Deus nozes a quem não tem dentes, essa é que é a verdade.

Gosto muito de abrir a janela do meu quarto ao anoitecer e ter esta magnifica vista:

https://fbcdn-sphotos-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/381655_247490071988780_100001833661429_595156_1846556129_n.jpg

... que foi mesmo tirada da janela do meu quarto, mas AMAVA poder ver o meu Benfica no estádio a cada 15 dias, ir às noites europeias, às taças... epá, tenho INVEJA.

Mas lá está, e quero e não posso, infelizmente tenho de ver no conforto do lar, e é mesmo infelizmente.

Mesmo assim, fui campeão no estádio do Bessa, no piso 2, atrás da baliza do penalti do Simão, com os NN à minha esquerda e os Diabos à minha direita.

esta ano, se for possivel, vou a lx para ser campeão no estádio. É outra coisa, é tudo.

Abraço

Diego Armés disse...

Eu conto-vos uma pequena história.

O Jorge Jesus não foi sempre aquilo que é: um grandíssimo treinador. Não. Ele já foi treinador do Belenenses. Na altura, tinha um hábito: sentava-se no chão dos bancos de suplentes (daqueles móveis, com rodinhas). Um dia, perguntaram-lhe por que fazia isso, ao que respondeu "para ler melhor o jogo".


Faz algum sentido? Nenhum, nem um bocadinho assim. No entanto, no domingo, quem é que estava no piso zero a ver a bola? E quem é que estava, rente à relva, a dar ordens aos nossos meninos? And I rest my case.

Diego Armés disse...

Germano: magnífica a foto; e o meu mais profundo respeito!

POC disse...

Fodasse, vê-se melhor lá em cima, estou-te a dizer Diego! Nos jogos fora que consigo ir, vou com a claque, sim. Umas vezes lá em baixo, outras lá em cima.

Eu sei que lá em baixo eles ouvem-nos. Melhor que a central é impossível. Eu cheguei a dizer ao Armando que tinha de dar no Tiago num lançamento lateral que ele ficou uma eternidade para marcar contra o Inter, 0-0 e derrota 4-3 lá com show do Nuno. Fui eu. Juro que ele ouviu.

Junto à relva não se percebe o xadrez do jogo. Há lances que não se vêem, há lances que não se percebe se a bola foi longe ou perto, se o passe foi bom ou mau.

Estou na Sagres, no enfiamento da bandeirola de canto. Tenho uma visão MAGNÍFICA de todo o campo. Até agora, e depois de já ter estado em todo o lado, prefiro a visão de lá.
Se um dia me convencerem que me divirto mais lá em baixo...talvez irei.

@Germano Bettencourt, porra! Lindo! Ásia? Vai lá ao meu tasco pah, partilha essa aventura! Respect. E que estejas connosco em Maio.

Ricardo disse...

Germano, não fosse dar-se o caso de poder ir à Luz todas as semanas e dir-te-ia que tu é que és o privilegiado. Foda-se, é lindo isso. Tens de ser um gajo melhor só por acordares e deitares-te com isso em frente.

Diego, ele tem sempre alguém "online".

Ricardo disse...

POC, estou contigo. Não há comparação em termos de percepção do jogo. Por outro lado, cá em baixo vives coisas que não podes ter lá em cima.

Opá, fodam-se todos. Vão ao estádio, mazé. O resto é convosco.

Diego Armés disse...

Talvez eu não me tenha explicado bem: "a percepção do jogo" é departamento daquele doutor de cabelos brancos, lá em baixo a esbracejar e aos berros. Ele é pago para isso. Eu pago é para ver a bola, gritar golo e chamar velhaco ao árbitro. Quando quero perceber o que aconteceu, táctica e tecnicamente, no terreno de jogo, vou ler os blogues de futebol.

Isto dava um bonito post e agradeço que continuem a dar-me ideias. Serão recompensados com o meu tradicional "obrigado, pazinhos".

Ricardo disse...

Não, senhor! Dou um exemplo: Aimar. O que eu vi no Domingo foi um jogo emotivo, até pude chamar Artur ao Eduardo e tudo, o que eu podia ter visto, como depois vi em casa, foi um jogo fabuloso do Mago. E isso podes ver no estádio, desde que não estejas com os olhos ao nível do -3.

Isso para mim conta. Para ti, não. Aceito. Na relação "apreciar bola" ou "poder estar perto dos homens", voto a primeira. Posso ir, de vez em quando, fazer as minhas incursões ao nível da relva e dos ombros do Djaló mas será sempre de tempos a tempos.

O que tu perdes de Aimar, meu Eusébio! E, pronto, também ganhas. Podes chamar-lhe irmão. É bom, também.

E escreve lá isso, que eu preciso de discordar mais um bocadinho para me sentir completo.

Éter disse...

Eu gosto do piso 3 porque vou ao estádio para o engate e as poucas gajas boas que vão à bola estão lá. O piso 0 está cheio de velhotas, o que se compreende porque custa-lhes subir as escadas.

Além disso, o piso 0 cheira a peixe grelhado das barbas do Barbas. Não gosto dessa merda.

Para finalizar, foi sempre no piso 3 que vi o Benfica ganhar ao fcp. Ouviste, Diego? Ahahahahah

POC disse...

Ricardo, essa foi de mestre. Acenar com Pablo foi de mestre.

É verdade, só lá de cima se percebe que estamos perante o 2º melhor jogador do mundo, porque continua a existir um Lionel que não deixa o nosso Pablo chegar onde merece.

Na Luz, 95% das vezes lá em cima.
No Alvabbialac, sempre no cortejo, pode calhar ficar junto à relva ou lá em cima. O que importa é que saímos sempre a festejar!

Diego Armés disse...

Não tem problema. Eu vejo a bola sozinho, não seja por isso. Não tem problema...

Ricardo disse...

Eu mantenho-te online. Tu ficas na primeira zona de combate, eu lá em cima a dar-te as instruções. E posso sempre dizer-te: "foda-se, aquilo não foi para vermelho". São muitos anos a ver a bola lá de cima, vemos melhor os lances. :)

Agora já percebi a razão de andares a dizer, no princípio da época, que o Emerson era bom.

E adeus, companheiros. Agora é tempo de ouvir o líder.

POC disse...

Ah, e resta-me dizer que apesar de estar lá para cima, estou a cantar! E chamo tudo a toda a gente! E eles ouvem na mesma, de forma mais ténue, mas ouvem!

Diego, esta merda do Emerson é verdade? A sério, temos que te comprar um cativo ao pé de nós...

Diego Armés disse...

Hum? Do Emerson? o_O Claro. A mais pura das verdades!







(Já estivemos a falar pior...)

Éter disse...

Ó pá, calem-se agora um bocadinho que está a falar o presidente!

Unknown disse...

@POC,

Qual Ásia? Por acaso é parecido ao Monte Fuji no Japão, mas não, ilha do Pico à esquerda da foto, ilha do Faial à direita, e foto tirada de S.Jorge.

@Todos,

obrigado.

Sempre que posso, e tenho oportunidade de ver um jogo na Luz, é tiro certeiro, normalmente vencemos, até contra o Porto.

Nos primeiros anos de faculdade ainda fui umas vezes à antiga Luz, foi nesse primeiro ano que vi o Benfica ganhar 1-0 ao Porto com golo de Sabry. Epá, trago Sorte, ninguém me paga uma viagem à Luz nos 2 próximos clássicos?

Ainda este ano, por coincidência estava na Madeira na altura que defrontamos o Nacional, vitória, pois claro.

Agora que penso nisso, nunca vi o Benfica perder nos jogos que assisti ao vivo. Também não devem passar de uns 10 a 15 jogos.

Vamos lá ver se convenci alguém, e recebo uma viajem e bilhetes pelo correio. :P

Não posso entrar muito na discussão, porque na Luz não foram assim tantos, mas vi um jogo contra a Lázio (acho que ficou 4-1 com expulsão do Fernando Couto) junto a uma bandeirola de canto e, sinceramente adorei qdo a bola era jogada nesse lado do campo, mas qdo na segunda parte atacamos ao contrário, sentia-me demasiado longe de tudo, o que piorava por estar junto à relva. Eu até acho que nesse jogo o Hugo Porfírio marcou um golo na baliza lá ao fundo, estão a ver a coisa, só acreditei mesmo qdo vi em casa, porque no estádio aquela distancia não acreditei mesmo. Já tentei pesquisar esse jogo no google, youtube e afins, mas não encontro, nem mesmo no zerozero, começo a duvidar que aconteceu, o que me remete para o mesmo, afinal o Porfírio não deve ter mesmo marcado. Alguém me ajuda?

Abraço

Éter disse...

Benfica 4-1 Lazio com golo de Porfírio e expulsão de Couto? Não me recordo de tal jogo... Isso foi um amigável?

Unknown disse...

Sim, foi um amigável no inicio da época. 4-1 ou 4-0, ou coisa parecida.

Mas começo mesmo a duvidar que existiu. Então não é que não encontro referencia a esse jogo em lado nenhum. Epá, até acho que nessa altura o Sérgio Conceição também andava por lá.

Não existe nenhum gajo, que saiba o historial de amigáveis que me confirme isto? LOL

POC disse...

@Germano Bettencourt, que fotografia linda pah...ver isso do quarto é qualquer coisa de único. Se tiveres mais, partilha.

PS: não me recordo desse jogo. E nem sou mau nessas coisas. Mas existiu, pois claro :)

Unknown disse...

POC,

existiu? Confirmas? Se calhar sonhei que fui à Luz e ganhei. Sonhar com o Benfica parece-me sempre realidade, pois o Benfica em si é um sonho.

Fotos do Pico é o que não me falta.

A foto tb foi tirada de telemóvel, os profissionais(:P) aqui da ilha fazem coisas muito melhores, com maquinas de 2000€ e lentes mais caras ainda que as maquinas, tipo isto:

http://www.rui-vieira.com/imgs/gallery/6962/6962_15361176884d47162d10c85.jpg

ou então isto:

http://www.rui-vieira.com/imgs/gallery/6962/6962_2807433414b0b02518fe2d.jpg

ou ainda:

http://www.rui-vieira.com/imgs/gallery/6962/6962_9038393244b16ef991c631.jpg

ou se preferires:

http://www.rui-vieira.com/imgs/gallery/6962/6962_13559454764d419e238c99f.jpg

Mas chega de gabarolice, fico todo babado ao mostrar os meus Açores, é um dos meus 3 amores, Benfica, Açores, e o outro não partilho.

De notar, que acabei por apenas mostrar imagens da ilha do Pico vista de São Jorge. Mas São Jorge por si só também tem imagens magnificas.

Abraço

POC disse...

@Germano Bettencourt, não podes vir sempre à Luz, mas tens desconto nas viagens, vê se aproveitas ;)

Moras no paraíso. Tenho inveja da vista do teu quarto!

Abraço e cá te esperamos na Luz.

Unknown disse...

Tenho desconto? Qual desconto? Isso são tretas, se é que estás a falar da tarifa de residente.

Eu ainda estou à espera, que o Diego se chegue à frente e diga, a viagem está paga, vem cá trazer sorte ao nosso Benfica. Tá difícil. Fogo...

Abraço, irei à Luz este ano, estou é na dúvida, se ao jogo do titulo, ou às meias-finais da Champes Ligue com o Barça. :P

Éter disse...

Eu sinceramente continuo a não me lembrar desse jogo... Mas vou investigar.

Diego Armés disse...

Amanhã farei um post promocional de apoio à viagem do Germano a Lisboa por ocasião do Benfica - Porto (a que eu não poderei assistir... Quer possa, quer não).

E tentem uma busca por Benfica - Parma.

POC disse...

Benfica - Parma, 2-1. Luca Bucci defendeu TUDO, impressionante exibição a evitar uma quase goleada. No banco um jovem de 16 anos salvo erro, de seu nome Buffon.

Bom, Diego, temos que quebrar essa malapata. Que seja no dia em que traremos o Germano!

mago disse...

Bom, este post exige a minha participacao. Por pontos:

1) pelo post em si, que mantem a bitola habitual (usando termos fute-radiofonicos);

2) pela discussao piso 0 vs piso 3: sempre piso 0. Estar ao pe' do relvado, ver o Aimar a marcar cantos `a minha frente e distinguir claramente a aguia no meio da bracadeira branca que traz no braco... Ainda que a minha casa seja o topo norte - recuso o naming da bancada, admito que no caso da sul a coisa soe mais mascula, mas ainda assim para mim aquilo e' "so'" o topo sul.

3) pelo Benfica - Lazio que parece ter sido apagado de qualquer registo que apareca no google e que mais ninguem confirma ao Germano ter existido. Eu lembro-me perfeitamente desse jogo, por isso por muito surreal que pareca esse golo do Porfirio existiu mesmo. Aqui (http://serbenfiquista.com/forum/index.php?topic=42633.0) dizem que foi o jogo de apresentacao de 1998.

4) pelos Acores. Os Acores que sao uma joia perdida no meio do Atlantico e esquecida pela maioria dos continentais - e ainda bem, digo eu, porque a nao massificacao do turismo tem permitido um desenvolvimento sustentado protegendo a beleza natural das ilhas. Falta-me a Graciosa e Santa Maria para completar a regra dos nove dos Acores, e nao consigo dizer que tenho verdadeira preferencia. O Pico com o pico e o seu verdelho vulcanico, o Faial com a Horta, Sao Miguel e as suas Sete Cidades, em Sao Jorge a inacreditavel Fajã da Caldeira de Santo Cristo, o interior verde e selvagem da Terceira, as flores das Flores... E o Corvo, que e' casa (do meu pai).

Peco desculpa pelo off-topic rambling, mas "bateu aquela saudade". (ps - nao consigo abrir o link da foto do Germano)

Um abraco benfiquista sul-hemisferico para todos, e obrigado por uma das melhores caixas de comentarios dos ultimos tempos (Ricardo, a do "Direito de resposta" do OVNEL foi outra, ja' cheguei tarde para contribuir para a conversa mas aqui fica o reconhecimento devido).

Diego Armés disse...

Como é bonita a multiculturalidade: açorianos, algarvios, aborígenes, saloios, ribatejanos, beirões... E também tenho recebido visitas da Rússia e o contador da blogger não me deixa mentir. Não sei se será o Constantino a aceder de Kamchatka...

Mr. Shankly disse...

Estou com o Diego na questão do local. Junto à relva é que é. Que saudades das tardes de sol na Luz, com o cheiro a relva e aquelas merdas (que aposto que são cancerígenas, cheiravam a isso) que os Diabos e NN atiravam para dentro de campo.

No entanto, vou sempre para o Piso 3. Os meus companheiros de bola são uns filisteus.

POC disse...

@mago, é verdade, é o Topo Sul. Eu estou lá sempre, mas em cima :) De qualquer forma, e para quem restavam dúvidas...vê-se melhor lá em cima ;)
Açores, lindo! Conheço pouco. Tenho inveja!

@Diego, e taberneiros, não entram? Não existe uma área geográfica para os mesmos? Sinto-me excluído.

@Mr. Shankly, se queres Piso 0 à séria, é ires à Marinha Grande ver (oi?!) o Benfica!

Unknown disse...

Eu no estádio da Luz já vi jogos no piso 0, no piso 1 = tribuna de honra ? será este o nome ?, e piso 3 (Benfica 2 Rio Ave 1) a 4 filas do ponto mais alto da Bancada (é a sagres ou a coca-cola ?)dos NN.
Seja como fôr, quando vivia aí em cima tinha cativo no piso 0 do Sapo, e garanto que embora não se tenha a percepção total existe um compromisso muito bom entre proximidade e visibilidade ...
quem vê futebol próximo dificilmente gosta de voltar a ver futebol tipo jogo de pc.
Quanto a isso do JJ estás errado Diego, pois eu garanto-te que o RJ está sempre online com uma vista mais privilegiada e sempre que necessário (antes ou depois do intervalo, o JJ tem acesso à análise das movimentações que lhe escapam ao nível da relva)

Constantino disse...

Diego,

2 pequenas historias minhas sobre: 1- a tensão da bola; 2- ver jogos na Luz.

1 - dos comentarios mais ouvidos e ditos pelos adeptos da bola, o "fodaase ate eu fazia melhor" é o mais conhecido. na verdade, poucos fariam melhor do que os que andam lá dentro. Uma vez entrei num torneio de futsal (na altura ainda era futebol salão... os tais 100 anos que fala o Ricardo) na Praia de Faro. Na equipa adversaria estava esse mito do futebol disputado com cacilheiros dentro das chuteiras chamado Paixão. A minha primeira reacção quando o vi aquecer foi "porra va la que eu sou guarda redes e ele é defesa, senão sei que saia daqui com as canelas em sangue". Na realidade vim a descobrir que ele era o avançado adversário, marcou-me 4 golos e parecia um alienigena no meio "dos craques de sofa" que polvilharam aquele acimentado. Uns anos mais tarde acabou a carreira a jogar a nº 10 no distrital do Algarve... foi dos maiores cepos que passou pela 1ª Divisão (uma vez mais... foi há 100 anos).

2 - das poucas vezes que vou à Luz (tudo o que é para baixo de todos os jogos é "poucas vezes") tento ficar numa zona central porque como sou menino sofazeiro, gosto de ver o jogo em condições. Num dos ultimos jogos com o Estadio da Luz Original completo (SLB - guimarães) tive a brilhante ideia de ir para um topo. Entrei sentei-me e aguardei. Entrou um gajo e colocou-se na cadeira em frente à minha...em pé na mesma. Eu menino de central e sofá toquei-lhe o ombro e disse "chefe abanca que aqui atras tambem se quer ver"... ele olhou para mim com cara de "eh eh para quedista" mas sentou. Nisto a bancada encheu, dá-se a entrada em campo das equipas, o gajo mete-se de pe na cadeira como toda a gente, bandeiras e o catano a esvoaçar, ganzas a circular... estava no meio dos No Name, assim meio sem saber como. Do jogo vi um remate à barra do Meira (se não me engano) e a estreia do Moreira por lesão do Enke... de resto não me recordo de mais nada. Em termos de benfiquismo... levei um banho do caralho e vim da Luz feliz, mesmo tendo o SLB empatado a zero.

Abraço

Diego Armés disse...

Essa história da bola e do "até eu fazia melhor" é um clássico. Sempre que nos surge pela frente, num dia de azar, um jogador que realmente jogou à bola - e não estou a falar de Zidanes, estou a falar Amarais... -, a humilhação dista de nós apenas uns segundos (aqueles que faltam até a bola começar a rolar).