Hoje, porém, estou muito melhor da minha sensibilidade. Glasgow deixa alguma mágoa, mas o que importa agora é trazer três pontos de Coimbra e dar uma lição – bonito, hein? – a esses rapazes que perderam 3 a 1 com uma equipa cujo nome não consigo pronunciar. Plzen? Isto, para mim, é um amarfanhado de consoantes terminado em “en”, o que não tem pronúncia possível.
Mas não era disto que eu queria falar. Hoje deparei-me com uma notícia que quase me comoveu. Dentro do universo do futebol, e bem mais próximo do meu coração de adepto do que as questões políticas (necessárias, legítimas e lógicas, evidentemente) que circundam e acossam o fenómeno do Belo Desporto, estão dimensões que poderíamos chamar de meta-futebolísticas. O caso do CM/FM é uma dessas dimensões. Quem nunca perdeu uma namorada por causa deste fenómeno, não sabe, com certeza, o que é ser-se Campeão Europeu em 2018 com um Standard Liége às seis e meia da manhã ou ganhar o 17.º Scudetto consecutivo com a AS Roma à hora a que a companheira se levanta para tomar banho e pergunta «mas tu ainda estás aí?!» ao que um homem responde «estava só a fazer mais este jogo».
Depois de tomar conhecimento desta notícia e da homenagem terrivelmente tocante ao mito de Tó Madeira, vim a saber que existe o livro Football Manager Stole My Life (um aperitivo). Os autores do livro conheceram mesmo Tonton Moukoko e eu invejo-os por isso. Porque, sem Moukoko, o meu Standard nunca conseguiria ser campeão da Europa, a minha Roma nunca poderia ganhar os 22 campeonatos consecutivos e aquelas cinco Ligas dos Campeões, após os quais eu decidi «nunca mais jogo a isto, já perdi quatro quilos». O Moukoko está para a minha devoção meta-futebolística como Pablo Aimar está para a minha definição de talento e classe na actualidade: é o Master. Não há quem lhe seja superior nem, tão pouco, quem lhe seja rival.
Pensar nestas coisas fez-me bem. O Benfica não ficou melhor, mas eu voltei ao Futebol.
2 comentários:
Comecei com o CM ITA... apanhado para sempre ;)
Nikiforenko a 10, com Tsigalko e Tó Madeira na frente. Não havia nada que saber.
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