Na rua, houve pessoas - boas pessoas, já agora - que me disseram «ó Diego, escreve aí coisas com o Martins a morrer» e eu devolvi «epá, nem vale a pena, pensei numa cena melhor». Eu acho que é melhor, pelo menos. É mais elaborado, não é só aquela coisa de "ah, fizeste borrada, mereces morrer". Vamos lá ser civilizados.
Eu ontem, se tivesse tido um sonho, era um pesadelo. Um pesadelo hard-core. Um pesadelo, diria mesmo "homo-erótico", como se diz, às vezes, quando as pessoas estão com nervos e já não podem nem ver esse cabrão desse Martins à frente.
Ia assim: o Carlos Martins tinha uma lesão quando levava um cartão vermelho por estupidez. Mas uma lesão grave. Tipo em grave p'ra caralho. Deixava de poder andar. Não andava mesmo, de todo. Era um mono, um caule, um tronco, um vegetal. Nada de novo. Mas em a sério, com direito a cuidados especiais e tudo. A cena mais digamos "uatafâque" era ele ficar ainda mais paraplégico durante um jogo contra o Estoril quando levava um vermelho. Aí é que era mesmo "ô-pá, daqui a nada estou a respirar por uma palhinha". Lamentável, tudo isto.
E então o Martins, devidamente conduzido pois não conseguia locomover-se por iniciativa própria, era depositado em Alcoitão, a descansar até se recompor devidamente, para que pudesse vir jogar em equipas que realmente o merecessem. E nessa clínica o Martins seria emparelhado com outra pessoa portadora de deficiência, que era aquele aleijadinho dos turcos, do Fenerbahce. Aquele que lhe doía as pernas, o Meireles. E eles depois simpatizavam muito um com o outro e, dito isto, tudo seria possível - até andar, por exemplo.
Sou uma pessoa optimista. Nesta minha fantasia, que é win-win, tanto faz o dedão de um na intimidade do outro como o seu oposto.
Mas prefiro sempre pensar positivo. A justiça cósmica manda que, olhos nos olhos, ganhe o melhor. E não importa se a tua arma é seres um retardado ou se tens muitas tatuagens. Não é preciso elaborar muito, basta ganhar no Dragão.
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