quinta-feira, 21 de abril de 2011

É complicado…

… são muitos pensamentos e temas e a cabeça não está devidamente lúcida ou fresca para organizar tudo num discurso escorreito, coerente e pertinente. Isto só vai lá com tópicos. E mesmo assim, não prometo grande coisa.

Peseirismo. É um síndrome que afecta treinadores vacilantes com falta de noção da realidade. O sintoma é fácil de identificar: perante a dificuldade de colocar as coisas em perspectiva e de se colocar a si mesmos no devido lugar, tendo, em simultâneo, consciência das capacidades, qualidades e defeitos da equipa que comandam e dos jogadores que têm à disposição, os treinadores peseirosos tendem a teimar nas más ideias julgando que será daí que advirá o milagre, o toque de génio, o gesto brilhante, a adivinhação do mestre ungido. Não é. A formação académica, a perspicácia, a astúcia, a humildade e o estudo são muito mais milagreiros. O peseirismo ainda não tem antídoto.

Objectivos. São coisas que as equipas têm no princípio de cada época. Por exemplo, no início desta, o objectivo do Benfica era ser bi-campeão. Quando se cumpre um objectivo, tem-se a liberdade para determinar um “sonho”. Por exemplo, se o Benfica fosse bi-campeão, poderia “sonhar” com a dobradinha, o triplet ou com o campeonato e a Liga Europa. Há várias conjugações possíveis. Quando o objectivo não é cumprido, mas o esforço e os méritos da equipa permanecem intactos, em certos casos excepcionais, permite-se que essa mesma equipa tenha “sonhos”, na mesma. Por exemplo, não sendo bi-campeão, mas chegando à final da Taça de Portugal, o Benfica poderia “sonhar” com a conquista da Liga Europa, adicionando-lhe o pequeno bónus da conquista da Taça da Liga. Quando não se cumprem objectivos, nem sequer os mínimos, os “sonhos” tendem a transformar-se em “obrigações”. Por exemplo, quando o Benfica é eliminado em casa pelo Porto na meia-final da Taça, depois de entrar em campo com uma vantagem de 2 a 0, é “obrigação” do Benfica chegar à final da Liga Europa e ganhar a Taça da Liga. Acima da “obrigação”, como novo “objectivo”, o Benfica tem a conquista da Liga Europa.

Relatório e contas. Vou fazer, em tempo real, a minha contabilidade de jogos Benfica – Porto a que assisti no Estádio da Luz. Benfica 0 – Porto 5; Benfica 0 – Porto 1; Benfica 0 – Porto 1; Benfica 1 – Porto 2; Benfica 1 – Porto 3. Acho que me está a faltar algum. Eu não quero meter nervos a ninguém, mas não era suposto a gente ganhar-lhes quando os recebe em casa, pelo menos? É que isto começa a parecer-me um pouco exagerado. Em duas semanas e meia, fui ao meu estádio ver os meus rivais fazer a festa. Penso que não é necessário explicar e aprofundar sobre a gravidade da situação.

Aimar. Disse Jesus “faltou-nos criatividade ofensiva”. Ai sim? I wonder why… E em seguida acrescentou “e depois olhei para o lado, isto já passava das dez da noite e então é que vi aquele pequenito, franzino, ali no banco dos suplentes e então lembrei-me ‘olha, tu aqui? Vai lá para dentro rapaz’”. Jorge, se fosses meu filho, levavas dois tabefes.

Piquenique. Os 15 euros que seriam investidos em vinho tinto, febras, batatas fritas de pacote e minis estão devidamente depositados no Sport Lisboa e Benfica – em troca de um bilhete para quinta-feira. Quem vai ao Jamor, vai a Dublin. Diz que lá também há muita mata com boas clareiras.

2 comentários:

flip disse...

Man o 5-0 foi no dragão. Quanto ao resto...

Diego Armés disse...

Não. O 5 - 0 não foi no Dragão.

http://www.zerozero.pt/jogo.php?id=47001