quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Não vou ser infantil

Não vou gozar. A sério.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Não é só pelo apelido, mas esperava mais humanidade da parte dele..."

“O Jorge Jesus foi desleal” – a opinião era unânime entre os adeptos, à porta da Típica, benfiquistas, sportinguistas e o Filipe, que é portista mas que não gosta de se sentir sozinho e então vai lá ver os jogos do Benfica. “Ah, contra o Porto, foi lá fazer o favorzinho e meteu o Peixoto; hoje, chega a Alvalade e Peixoto nem vê-lo”. Embora concordando, houve quem acrescentasse como reserva “sim, mas o Coentrão saiu só aos 60 lá nas Antas; hoje o Sidnei saiu ainda ia nos 40, sempre equilibra”. Era o Filipe que acrescentava, sublinhando ainda que, por isso mesmo, “os zero a dois do Porto foram muito mais honrosos do que os zero a dois do Sporting!” e dava ênfase com a rouquidão de um homem convicto. Os sportinguistas não se ficaram “então mas queres comparar o Coentrão ao Sidnei ou quê?!”. Na minha modesta opinião, podíamos ter feito descansar também o Luisão “e deixava-se lá o Postiga sozinho”, assim como assim… E devíamos ter metido o Luís Filipe e o Peixoto, os dois de início, e o Kardec lá à frente – poupavam-se os laterais e o Tacuara e dava-se algum moral ao adversário, que assim poderia ter esperança de fazer, quiçá, um golo. Depois o árbitro expulsava o Gaitán aos 25, por excesso de iniciativas consequentes, e avisava intimidatoriamente o Sálvio, depois de lhe mostrar um cartão amarelo por falta de consideração pelo Grimi, isto por volta da meia-hora. Deixava-se em campo o Carlos Martins, sem se lhe dar cartão nenhum, porque ele teve, mesmo antes do jogo começar, o rasgo mais genial de toda a partida, num belíssimo momento pedagógico, quando disse à criança que levava pela mão ao entrar em campo “troca de equipamento, miúdo. Não sejas burro como eu, não deixes para amanhã o que podes fazer já a seguir”.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Jogar para o resultado

Se o Benfica ganhar ao Sporting daqui a bocado dever-se-á a um acto de maldade, reminiscente de um tempo em que ganhar ao Sporting valia alguma coisa ou dava algum tipo de satisfação.
Hoje saí de casa e pensei “derby logo à noite” e, em vez do tradicional aperto no estômago, veio-me à cabeça aquela ponte que parece uma maqueta que oferecem ao vencedor do Torneio do Guadiana.
Podem dizer “ah, mas sempre se abala a auto-estima do rival”. Mas é duplamente mentira. Primeiro, porque o rival há muito que é outro. Segundo porque, pelas minhas contas, “auto-estima” é palavra caída em desuso naquela casa.
O Benfica devia acautelar o futuro e evitar ganhar o jogo. Já ficámos sem Atlético, sem Oriental, sem Estrela da Amadora e sem Belenenses. Qualquer dia não temos adversário nesta terra…

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Não, as palavras não são minhas. Mas é pena.

Há certas expressões que, provavelmente, eu moderaria, tivesse eu sido o digníssimo autor deste comentário, encontrado aí na Internet e que não merece, de todo, ficar esquecido. Merece ser mostrado. A conversa versava sobre o facto de o Porto ser um clube onde a batota é prática corrente. Adeptos portistas defenderam o clube com recurso ao argumento costumeiro. Este senhor simplesmente perdeu a paciência para essa argumentação. Aqui fica a minha vénia e o meu aplauso. Se tivesse sido eu adizer isto, mais moderadamente, não tinha metade da piada, da indignação e da emoção que tem. Segue a versão integral e não editada do comentário. Para ler e reler.

Oh Nuno, mas tu pensas que tás a falar onde e para quem? Pensas que estás num blog portista, a falar para acéfalos seguidores de um papa flatulento? Pensas que os benfiquistas tapam o céu com uma peneira, seu anormal?
Achas mesmo que o Alex Ferguson disse isso do supermercado nesse sentido? E o Platini disse que eram batoteiros em quê, no berlinde? Opah, vai-te foder mais a conversa do Pinto da Costa nunca ter sido condenado. Mas alguém pode ser condenado quando fala regularmente ao telefone com o juiz do processo? Mas alguém pode ser condenado quando o principal meio de prova, onde se vê claramente que o Porto falseia resultados e classificações de árbitros, é considerado inválido? Ou vais-me dizer que a fruta, são pêras e laranjas caralho? E que o Augusto Duarte foi a casa do Pinto da Costa obter conselhos matrimoniais, com esse putanheiro de primeira?
Sabes quem é que também nunca foi condenado? O Berlusconi. Sabes quem é que se safou de imensos processos em tribunal e só por acaso no final da vida conseguiram alguma coisa contra ele porque um gajo se chibou? O John Gotti. Sabes quem é meu atrasado mental do caralho?
Não venhas para aqui fazer dos outros burros com argumentos da piça, de que o Porto foi campeão europeu porque isso vale zero. Zerinho! A Juventus também foi campeã europeia e desceu de divisão. O Milan perdeu pontos como o caralho e nunca mais foi campeão. E o Berlusconi não foi condenado, seu porco de merda.
Não sabes porque é que perdes tempo? Epa, não percas, vai lá para os blogs portistas dizer que és o maior e achar que tudo é uma cabala contra o porto. Porque a verdade verdadinha é que o Porto é conhecido na Europa como batoteiro e ponto final.
E espero que não voltes aqui fazer dos outros burros como o Pintelho nas Costas e meia dúzia de merdosos costumam fazer dos portistas em programas de tv, porque nem todos os benfiquistas são acéfalos como vocês, montes de merda do caralho.”


Assina tripulha_a_presidente, nos comentários deste post.

Aposto que contrataram o Miguel Sousa Tavares para fazer as contas

O Jogo diz que o Benfica tem 210 mil sócios. Devem achar que este blogue tem este nome só porque me apetece.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Boa gestão e altruísmo

A verdade é só uma e é flagrante: já temos campeonatos que cheguem. Pelo menos, para já. Para quê andar a perder tempo com mais um? Não acho bem que queiramos os campeonatos todos para nós, sempre. Além disso, ainda o ano passado ganhámos um que foi tão bem ganho que poderia perfeitamente valer por dois ou três.
É também por isso, por termos já 32 coisinhas dessas, que concordo com a política de distribuição de experiência de campeão pelos outros clubes. Por exemplo, acho muito bem que tenhamos praticamente oferecido o David Luíz ao Chelsea – esses sim, coitadinhos, bem precisam de ganhar umas ligas para engordar aquele palmarés magrinho (não estou a brincar: em 3 anos no Benfica, David Luíz ganhou metade dos campeonatos que o Chelsea ganhou nos últimos 50 anos). E o Ramires também fez muito bem ir para lá ajudá-los - ou seja, o Abramovich comprou ao Benfica o mesmo que o Mourinho lhe deu: dois títulos de campeão (um do Ramires, outro do David). Não achei tão bem foi o Di Maria: devia ter ido para o Atlético em vez do Real, que o Real também já tem muitos campeonatos.
O Benfica só demonstra a sua nobreza ao ajudar as equipas que ganham muito pouquinho fornecendo-lhes, praticamente a custo zero, jogadores que já têm a experiência de ser campeão. Estou em pulgas para ver o Cardozo vestir a camisola da Roma, o Maxi Pereira a do Bayer Leverkusen ou o Balboa a do Sporting.
Ainda no seguimento da ideologia do Jesus do “deixa lá isso do campeonato, desses temos lá a gente muitos”, sugeria ao nosso treinador que usasse a mesma estratégia que Villas-Boas usou na Taça da Liga: pedir para terminar a prova mais cedo, para se “focalizar” melhor nos restantes troféus. Olhando para o panorama, estou seguro que, mesmo que o Benfica saísse já da competição, o actual terceiro classificado conseguiria encontrar uma maneira de acabar com mais pontos de atraso do que aqueles que actualmente tem.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Se algum dia encontrarem a bola, revê-se o resultado final

No fim do jogo, a conversa era a mesma em todo o lado. “Quantos é que ficou?” Ninguém tinha conseguido contar. “Sei lá… eu vi a bola entrar umas cinco ou seis vezes, mas não sei se contaram todas, estou em crer que não”. E ainda havia aquelas que bateram nos postes “mas que também não contaram – só contam lá dentro”. E mais outra, “no penalty do Cardozo… não percebi aonde é que a bola foi parar”. Ninguém sabe. Terá passado por dentro da baliza? Não deu para ver. Que fique registado como lance incógnito. “Mas eu desconfio que o João só contou três…” Terá sido? “Nah, só?!...” Indignavam-se alguns. Não podia ser. Três era muito pouco, até para o João. “Ah pois é… e foi sorte não ter sido o Olegário - com esse ficava um a zero e e…” Sim, todos concordaram que sim. Com Olegário, aquilo era jogo para zero a zero, até. Mas não se percebia o critério para contar os golos. Foi então que alguém explicou “o João estava a avaliar pela nota artística: com classe, sissenhoras, é golo; com força, mais à bruta, não vale. Ficou três e uma incógnita a zero”. Concordou-se que sim, devia ter sido isso. Lamentou-se ainda que só tivesse valido três pontos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Calma, senhores

O motivo não é para tanto, mas há quem se agite. Jorge Jesus disse, no seu jeito humilde e escorreito, que o Benfica “samos a equipa que tamos a jogar melhor em Portugal” neste momento. E eu concordo, “samos” sim senhora. A afirmação pode carecer de muita coisa, inclusivamente de língua portuguesa. Mas não carece de verdade. De há uns tempos para cá – diria dois meses e meio, três meses -, o Porto entrou em clara anemia futebolística, contrastando com a notória subida de forma do Benfica. Haverá para o fenómeno inúmeras explicações – de Falcao à águia Vitória, passando por Fernando com mais facilidade e encontrando um Javi Garcia intransponível, e acabando com Moutinho a esvaziar enquanto Sálvio enche o campo (isto, para além de o Benfica apresentar um banco de suplentes que tem mostrado servir realmente para substituir jogadores, e não apenas evitar que a equipa fique com um a menos). Não entendo o motivo para tanta agitação portista. Num blogue aqui ao lado, a situação chega ao ponto de indignar um dos seus dignos autores (um portista que muito aprecio, já agora). Já se fazem contas e medem-se pontos e vitórias e empates e fazem-se tabelas comparativas. Desnecessárias, está mais que visto: levam 11 pontos de vantagem, só lhes faltam 11 jogos para o fim (logo, têm menos probabilidade de perder pontos), podem encomendar as faixas, ganhar a gerir a vantagem, meter a equipa que era para disputar a Taça da Liga a jogar na Luz para o campeonato – até têm menos competições com que se preocupar. Esta agitação não se justifica, de modo algum: o Porto será campeão e com toda a justiça que lhe couber quando a tabela ficar fechada. Tem feito um campeonato quase perfeito. Talvez a vitória inesperadíssima – diria quase anti-constitucional - do Benfica no Dragão tenha abalado a auto-estima portista. Mas se for apenas esse o motivo para tanto nervo, parece-me pouco – afinal de contas, nem a Taça de Portugal está perdida, basta ir à Luz repetir os 5 do campeonato e já está, trigo limpo. A meu ver, tudo o que os portistas perderam foi mesmo uma mão cheia de oportunidades para ficarem calados. Quando falaram da política de gestão do Benfica, quando anteviram o frangueiro Roberto, quando criticaram os reforços encarnados, quando previram a queda de Jesus e quando vaticinaram uma época de vergonhas para O Grande. Parecendo que não, ainda nos demos ao luxo de vender Di Mari, Ramires e David Luiz e, mesmo assim, ficar com melhor equipa e melhor plantel do que o Porto. Não, isto não vale pontos. E não nos vai dar o campeonato de volta, que esse eles ganharam-no enquanto contávamos espingardas. Mas nem é disso que se fala aqui. Só queria reiterar o que diz Jesus: samos a equipa que tamos a jogar melhor em Portugal.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Tu y yo, aqui e ahora!

Há muitos anos que o mundo não assistia a uma batalha deste calibre. Aliás, eu não me lembro de algum dia ter assistido a algo semelhante, embora na segunda metade dos anos 90 e no inícios dos 2000 tenhamos tido dois grandes monstros da história do futebol. Na altura, Ronaldo ‘o Fenómeno’ Nazário era uma força da natureza (quanto a mim, o melhor jogador desde Maradona) e Zidane era o cérebro perfeito, com a elegância dos maiores mestres (quanto a mim, e apesar de tudo, um furo abaixo do Fenómeno). Mas, na realidade, nunca houve uma disputa tête-a-tête pelo trono do futebol (até porque os pontos altos das respectivas carreiras não coincidem com precisão).
Porém, agora, sim. Estamos perante um duelo directo – que só não pode ser ombro com ombro para não prejudicar Cristiano Ronaldo, que teria de se ajoelhar e, com isso, perder velocidade.
Há argumentos e opiniões mais que suficientes para que se escolha Messi ou Cristiano como “o melhor do mundo”. Pessoalmente, tenho muitas dificuldades em escolher um (portuguesismos à parte). Se Messi é um diabrete brilhante, Cristiano é um demónio temível; se um finta como quem faz tricot, o outro deixa quatro para trás enquanto galga 30 metros de relvado; se um aparece em todo o lado, mesmo onde menos se espera, o outro é de todo o lado que marca, mesmo de onde não se imagina. Um tem um metro e 68 e marca golos de cabeça; o outro também os marca, graças ao seu metro e 85…. Enfim, podíamos continuar.
Em Espanha, e apesar do equilíbrio dos números da estatística, a balança pende para Messi. Aliado ao carisma de um perfil mais humilde do que o do rival (se bem que a história diz que os grandes grandes grandes jogadores nunca fizeram da humildade uma qualidade – Maradona, Pelé, Best, Beckenbauer, Platini, Romário, Zidane, Cruijff…), existe uma equipa onde se encaixa na perfeição e a qual abrilhanta com a sua quase divindade futebolística. Ronaldo, arrogante, numa equipa arrogante de um clube arrogante, bem pode fazer hat-tricks e golos a 40 metros da baliza: a simpatia cultiva-se e colhe-se.
Mas há um duelo que, tanto quanto me recordo, é inédito entre os dois: como símbolos da respectiva selecção. E, ainda que a feijões, o jogo de amanhã pode aquecer ainda mais este jogo cada vez mais individual que, creio eu, virá a ser o mais comentado e estudado das últimas e das próximas décadas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mindinho por mindinho!

Diz que o Mais Futebol tem o Jara a votos para o pimbolim do ano. Pior: fui espreitar a votação e o argentino é o segundo mais votado até ao momento. Diz assim o Mais Futebol:

"Tantas promessas perdidas em minutos e minutos de nada. (…) Cinco meses depois, o que dizer de Jara? Nunca foi titular, marcou um golo (logo na 1ª jornada da Liga) e tem passeado penteados mais ou menos eloquentes no banco de suplentes do Benfica.”

Vamos lá então falar de reforços. Uma das coisas de que mais gosto é de fazer previsões do futuro dos jogadores. Para mim, ler o futuro é... é fixe.
Comecemos precisamente por Jara, que é quem deu o mote. Ora, numa análise científica, tenho a dizer que gosto. Corre, remata, chateia defesas, tem boa técnica, ganha ressaltos, faz golos e mexe com o ataque da equipa, seja na esquerda, seja nas costas do ponta-de-lança. Vou-lhe dar estrelas, como se fosse um crítico de futebol (análise quantitativa) e mindinhos dos meus dedos dos pés – aliás, do meu pé esquerdo - (demonstração de fé na minha própria análise) de modo a obter um gráfico abstracto mas muito bonito do que este jogador vale. Portanto, de zero a dez, em termos de “jogador” dou-lhe 7 estrelas; em termos de confiança nesta minha opinião, dou 4 mindinhos.
Sigamos para Gaitán, jogador estranho que eu ainda não consegui interpretar ou decifrar em condições. Parece-me muito tímido e isso prejudica. Dizem que está fora da posição e eu concedo que a 10 já o vi jogar muito. Faz golos com alguma facilidade, ainda que longe dos índices de Jara (média de minutos para cada golo). Em termos de mindinhos, dou 2. É uma incógnita para mim. Em estrelas, vou-lhe dar voto de confiança por algumas coisas boas que o vi fazer: são 7.
Sálvio. O Totó… é o meu preferido. Para este a escala nem precisava de ser em mindinhos - ao Sálvio aplica-se a escala testicular (salvo seja), é a carne toda no assador: 5 mindinhos já. E é jogador para 8, pelo menos. Produtivo, inteligente, habilidoso, destemido, dinâmico, rápido, preciso, bom pontapé, oportuno, trabalhador… Tem quase tudo. Para a posição em que joga, pode dizer-se que é completo. E faz golos que se farta de sítios difíceis de imaginar. Não há que hesitar: é craque. E desde que segurou lugar na equipa, o Benfica desatou a jogar o dobro do que jogava.
Roberto. O caso bicudo. Depois de um inicio em que eu dava 5 mindinhos para dizer que ele valia 1, neste momento estou capaz de dar 2 mindinhos para dizer que ele vale 8 estrelas. Tem sido imponente. Por vezes, tem deslizes. Mas tem potencial. Seguramente, não pagaria 8 milhões e meio por ele. Mas olho para a baliza do Benfica e gosto de o ver ali. Fica bem. E defende.
Dos outros reforços, só posso dar impressões vagas – ou seja, todas elas a valerem apenas um mindinho: Fábio Faria, 4 estrelas; Férnandez, 7 estrelas.
Prefiro dissertar sobre os reforços do ano passado que este ano têm sido pouco utilizados. Felipe Menzes, um dos casos que mais me intriga. Eu sei que ele vale 8 estrelas, de caras. No entanto, ele faz questão de me provar, jogo após jogo, que vale 8 durante dois minutos; e que vale 4, durante o tempo restante. 1 mindinho de mim para ti, langão – e tens sorte de não ser o dedo médio. Mexe esse rabo!
Roderick. Parece-me certinho. Comete erros com alguma frequência. Porque é arrojado, também. Faz-me lembrar um certo senhor 25 milhões. Por 3 mindinhos, dou-lhe 7 estrelas. Hum… Não. Por 2 mindinhos, dou-lhe 7 estrelas.
Falta Airton, embora este não se enquadre bem neste perfil, porque já o vimos muitas vezes. Ou seja, avalio-o por 4 mindinhos. E dou-lhe um 7.
E agora gostava de saber quantos mindinhos é que o génio do Mais Futebol apostou quando escreveu aquela treta acerca do Jara. Vá, chegue-se à frente, ó sabichão da bola.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Danos colaterais

Remexendo as cinzas do seu clube, os adeptos sportinguistas dividem-se: dois viram-se para o Benfica com “simpatia”; os restantes, vêem na eventual desgraça do Benfica uma espécie de “ajuste de contas” com o universo. Não os salva, não lhes traz felicidade e não faz particularmente bem a coisa alguma. Mas sempre distrai e entretém. Por vezes, há alguns dias mais difíceis. Faz parte.

Respeitinho é muito bonito

Durante a tarde, a propósito de uma troca de piropos no facebooker, disse, por piada, que tinha saudades de ouvir o relato na telefonia. À noite, saí do trabalho quase em cima da hora do jogo e apanhei boleia de um amigo meu. Fomos ver o jogo à Típica de Alfama. Ligou o rádio na TSF, para irmos ouvindo o relato no caminho. Obviamente, pedi-lhe que mudasse para a Antena 1. “Ah, mas porquê?”. Simples: é a estação que melhor grita os golos do Benfica. Com alma, com gosto, com intensidade, com prazer. Mudou de posto, mas não me deu grande crédito. Seis minutos mais tarde, pôde comprovar com os próprios ouvidos aquilo que eu acabara de lhe dizer, graças a Coentrão. Não quero estar aqui a gabar-me, mas era capaz de jurar que esta alteração estratégica de posto pode ter tido algum peso no resultado.
À chegada à Típica, com a Nação sorridente a fumar cigarros à porta e o jogo a decorrer em sossego, lá estava um amigo portista (ao todo, entre as 60 ou 70 pessoas que por ali estiveram, contei três exemplares da espécie). Mal encarado. Desconfiado. Diria até um pouco conformado, como quem adivinhava o desfecho. Da vez anterior julgo que me deu azar ver a bola com ele. Não me lembro qual foi o resultado final, tenho uma vaga ideia de o jogo ter acontecido, mas é uma memória muito confusa…
Dois a zero. Javi Garcia faz golaço – e uma grande exibição, já agora. Não tive dúvidas de que estava ganho. E vi, mais tarde, o pé esquerdo do Helton evitar, não sem milagre, o tento da humilhação. Melhor assim, dá-lhes esperança.
O jogo terminou e eu fiquei muito contente por ter feito uma antevisão bastante rigorosa, recorrendo, pela primeira vez, ao uso da intuição, coisa que normalmente só as mulheres é que conseguem. Pode parecer um dom duvidoso, eu sei. Mas não deixo de ter um dom e, neste caso, deu-me bastante jeito.
Ao fim da noite, à hora da fome, comi uma salada de polvo com o tal amigo portista. Estava óptima. E não deixa de ter o seu quê de simbólico um Benfiquista comer um polvo precisamente na noite em que o Benfica mostra as quinas de campeão e silencia o adversário em pleno Porto. Sem espinhas, evidentemente. Porque é um molusco.
O empregado da casa, sportinguista puro, também sem espinha, portanto, dizia-me “vocês gostavam de ser como o Porto, mas o Porto está muito à frente”. Com calma, entre um copo de tinto e uma garfada, expliquei-lhe, por alto, o que é ser campeão de Portugal, quem é o detentor desse título e quem acabara de ganhar pujantemente a partida no Dragão. A resposta foi tão pronta quanto esperada “sou do Sporting porque nasci do Sporting… mas gostava de ser do Porto”. E então eu expliquei-lhe que não entendia onde se encontra a vantagem disso. Não é suficientemente mau ser-se do Sporting? É preciso torcer pelo adversário do Benfica? Para quê? Para perder ainda mais vezes?

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Questão irrelevante, porém curiosa

Todos os sportinguistas que hoje têm mandado bocas (como se o Benfica defrontasse daqui a pouco o que resta daquilo que outrora foi o seu clube desportivo) poderão ser gozados amanhã em caso de vitória Benfiquista? Ou são mesmo inimputáveis?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Antevisão do desafio

Fazer antevisões é coisa de homem. Para já porque o pragmatismo e o bom senso feminino impedem que as senhoras metam a cabeça no cepo, dispondo-se a, em caso de erro crasso, terem que dar a cara pelo erro e um braço a torcer (quem conhece as mulheres, sabe que nunca erram e, de um modo geral, têm sempre razão, não adiantando contrariá-las; em parte, tal deve-se a esta sua característica fantástica, a capacidade de segurar o impulso de antever coisas). Foquemo-nos no que importa. Antever é uma modalidade muito máscula, portanto. E eu, apesar desta aparência dúbia, cultivo o bom uso da testosterona com que a Mãe Natureza teve o bom gosto de me brindar. E, por isso, antevejo. Sem medos.
Neste momento, estou a antever o Porto – Benfica de amanhã. Está meio nublado, não antevejo com grande nitidez. Nestes casos, um homem tem de fazer cedências. Se não antevê masculinamente, deve femininamente intuir. Em termos futebolísticos, haverá menos rigor, sobretudo nos foras-de-jogo. Mas ao nível prático da coisa, o resultado é igual – há ou não equipas que funcionam, anos a fio, à custa da falta de rigor e com resultados sempre iguais? Pois bem, se para aquelas vale, para mim também serve.
Antevisse eu com clareza e diria que o jogo tinha tudo para ser equilibrado e que, feitas as contas, os da casa arrancavam com vantagem, mais confiança e menos medo. Porém, a minha intuição diz-me que não será assim. O Benfica ganha, limpinho e por três a um. A razão nestas coisas importa pouco quando o Sálvio está endiabrado e o Tacuara vem de pé quente. Está antevisto.