sexta-feira, 27 de maio de 2011

Eu sempre disse que lhe faria bem sair do Porto...

"Falcao tem tudo para triunfar nas grandes equipas europeias."

(Michael Laudrup)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mais um exemplo de grandeza

Ganhar o campeonato, a taça e a Liga Europa não foi suficiente. Para o Porto, o que realmente importou domingo passado foi o facto de ter superado o Benfica em número de troféus conquistados. Havia quem defendesse que, apesar das 17 supertaças e das duas taças da Toyota, os portistas tinham conseguido empatar com o Benfica, sim senhor. Mas, afinal, não: eles estão mesmo a ganhar. Como ainda lhes faltam sete campeonatos, sete ou oito taças de Portugal e mais três Taças da Liga para, cá dentro, igualarem o rival, juntou-se tudo por atacado, com campeonatos de Portugal a valer tanto como Ligas dos Campeões e, no fim, descontou-se a Taça Latina ao Benfica (suponho que seja por o Porto nunca ter tido a oportunidade de a disputar) e pronto: o Porto tem mais títulos. Julgo que o tenham feito para acelerar um processo que se adivinhava irreversível. E eu acho bem. Para processos demorados já lhes bastam os outros.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

As três divisões da Europa

O critério é pessoal. Há algumas equipas que nem sequer participam nas competições europeias do próximo ano (casos do Werder Bremen, do Schalke 04, da Fiorentina ou do Bordéus, por exemplo), mas que são participantes habituais da Liga Europa ou mesmo da Liga dos Campeões. Alguns deles, têm mesmo palmarés de invejar. Não se trata de um ranking que contabiliza vitórias e presenças e pontos. Trata-se de uma percepção absolutamente inútil e injustificada que tenho do que é o futebol na Europa e de como ele se tem desenvolvido nos últimos anos e, possivelmente, nos tempos mais próximos (não necessariamente na próxima época). Junta a história recente com o peso dos emblemas, palmarés com assiduidade na Europa, poder financeiro com jogadores no plantel. E outras coisas de que não me lembro agora. Não passa de um exercício que nasceu a semana passada, quando estava de férias e, perante a falta de futebol, senti um impulso que me disse “Diego, vai fazer listas de equipas” e eu fui e fiz. Posto isto, hoje em dia eu vejo o futebol assim:

Primeira Divisão:

-Neste grupo, incluem-se 16 equipas com capacidade para ganhar a Liga dos Campeões. No entanto, as probabilidades de lá chegarem diminuem ao longo da lista, obviamente. Trata-se de equipas que, quando não estão na Liga dos Campeões, são claros favoritos à conquista da Liga Europa. Há aqui equipas que ficaram mal classificadas nos seus campeonatos e que, por isso, não disputam a próxima Champions. O top 10 é constituído por equipas que atingem frequentemente os quartos-de-final da prova.

1- Barcelona
2- Man. United
3- Real Madrid
4- AC Milan
5- Bayern Munique
6- Inter Milão
7- Chelsea
8- Arsenal
9- FC Porto
10- Liverpool
11- Sevilha
12- Ol. Lyonnais
13- Juventus
14- Borussia Dortmund
15- Dínamo Kiev
16- Valência

Segunda Divisão:

-Nesta divisão, encontram-se participantes mais ou menos assíduos na Liga dos Campeões. Para estas equipas, a glória vem da própria participação na prova. Uma passagem aos oitavos-de-final será um bónus; chegar aos quartos-de-final é um feito; uma presença nas meias-finais tratar-se-á provavelmente de um engano, uma distracção, um ooops. São emblemas que encaram as participações na Champions como uma fonte de rendimento, mas que não podem levar a prova demasiado a sério, pois sequer pensar em vencê-la é uma alucinação, pela certa. A queda para a Liga Europa é, normalmente, bem aceite, uma vez que permite a estas equipas sonharem com a conquista de uma prova europeia.

1- Werder Bremen
2- CSKA Moscovo
3- Benfica
4- Atl. Madrid
5- Man. City
6- Villarreal
7- Ol. Marselha
8- AS Roma
9- Schalke 04
10- Shakhtar Donetsk
11- Nápoles
12- Ajax
13- Tottenham
14- Fiorentina
15- PSV Eindhoven
16- Bayer Leverkusen

Terceira Divisão:

-Aqui temos os underdogs. São equipas que frequentam as competições europeias com regularidade mas que raramente chegam longe. Existem aqui, no entanto, alguns casos de sucesso (uns mais recentes do que outros) mas que, ainda assim, constituem excepções. Nenhuma destas equipas é tida como favorita à partida para qualquer competição europeia. Uma chegada aos quartos-de-final da Liga Europa será sempre um bom desempenho; os oitavos-de-final da Liga dos Campeões são uma espécie de sonho; quartos-de-final da Champions podem tornar-se um pesadelo.

1- Zénit S. Petersburgo
2- Olimpyakos
3- PSG
4- Sporting
5- Bordéus
6- Panathinaikos
7- Celtic Glasgow
8- Everton
9- Anderlecht
10- Besiktas
11- Glasgow Rangers
12- Lázio
13- Braga
14- Fenerbahçe
15- Lille
16- Galatasaray

Mais logo

Não havendo assuntos de relevo que me mereçam comentários ou dissertações - Artur Quê? Jacinto Paiquem? -, optei por tirar férias e meti-me a fazer listas. Estou a finalizar uma lista com os 48 clubes mais fortes da Europa. É um ranking que eu inventei e que leva em conta critérios demasiado complexos que, por isso mesmo, não passarei a explicar. É uma espécie de lista que é assim porque me apetece e que apresenta o futebol europeu dividido em três divisões. À primeira vista, não serve para nada. Mas, se atentarmos, muito se pode especular a partir destes três conjuntos de equipas. E é isso que se pretende.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Leonor reads my mind

"Um verdadeiramente grande Benfica, à dimensão do seu poderio histórico e mítico, estaria hoje muito pouco preocupado em fazer "todos os sacrifícios" por Sálvio. Estaria, porventura, mais empenhado em bater os 20 milhões da cláusula de rescisão de Falcao."

Não me recordo com precisão, mas penso que a cláusula de Falcao chega mesmo aos 30 milhões. A isto acresce ainda o previsivelmente avultado salário do jogador. E eu ralado com isso... Venda-se o Tacuara e o (meu caro, não me leves a mal - isto até pode ser bom para ti) Coentrão e poupe-se no Sálvio. Depois de um ano de desfeita atrás de desfeita às mãos do Porto, ao Benfica só lhe resta esta saída para limpar a honra e elevar o nome. Eu quero o Falcao. Menos do que isso é igual a nada.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Confrangedor

Ele sempre foi um génio do descalabro, um borra-botas da palavra, uma pessoa cheia daquelas ideias que não fazem falta às outras pessoas em circunstância alguma. Mas hoje excedeu-se. Ler José António Saraiva chega a ser embaraçoso. Porém, a sua crónica de hoje no Record tem o condão de envergonhar o leitor, de tão básica que é. Há limites para a vulgaridade do pensamento e para a banalidade dos textos. Mas José António Saraiva não conhece limites. E desconfio que vai continuar a esticar, a esticar e a esticar mais um bocadinho enquanto lhe pagarem para encher uma coluna semanal com qualquer coisa. E essa qualquer coisa poderia ser um excerto de um atestado médico ou uma receita de paelha escrita em caractéres chineses. Mas não. É um paralelismo entre Benfica - Porto e Real Madrid - Barcelona. Elaborado por uma criança de quatro anos. E Saraiva expõe a sua visão com a clara impressão de que está a surpreender o mundo com a sua perspicácia. Só lhe falta sugerir "ora, vejam lá se a coisa não é parecida, hein?". Saraiva aproximou-se perigosamente do brilhantismo de Miguel Sousa Tavares quando, num dia de inspiração, aconselhou ao Leixões, com a maior das sabedorias, que "treinasse mais os remates". Eu sei que não sou eu quem lhes paga. Mas podiam ter mais respeito por quem os lê.

Desculpem o desabafo. O blogue andava muito sério... e a crónica é mesmo muito má.

sábado, 7 de maio de 2011

Para meditar

"Os Benfiquistas não são ingratos. Mas não gostam de ser enxovalhados pelas opções erradas de um treinador arrogante."
(Sérgio A. Vitorino, editor do Correio da Manhã)

À partida, parece-me uma ideia um bocadinho simplória. Além disso, a arrogância, em si, não me parece que seja uma característica negativa (Mourinho explica). Mas, o certo é que existe alguma verdade neste desabafo. Talvez a casmurrice de Jesus seja mais grave do que a sua arrogância. Talvez a sua sobranceria não tenha sustentação prática. Eu vou ter muito que pensar até chegar a uma conclusão...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Cabeça erguida e pés na terra

Antes de analisar presidente, director desportivo, treinador ou jogadores - lá chegaremos -, comecemos pelo essencial: a ideologia. Sem isto, nada feito.
O Benfica, reconhecidamente o Maior Clube do Mundo, perdeu em todos os momentos-chave da época. Num deles, conseguiu a proeza de falhar (perdeu 1-2 em casa com o Schalke) e conseguir, ainda assim, ser repescado - o que lhe permitiu atingir o momento-chave de ontem. No qual voltou a falhar diante de uma equipa muitíssimo mais barata, com um treinador menos experiente, com muito menos adeptos e recheada de jogadores que mais ninguém de entre os "clubes grandes" quis.
Falhou na Taça de Portugal, quando tudo lhe era favorável, diante do Porto. O Porto está forte - forte como há muito não o via. Falhou no campeonato, diante do mesmo Porto. Falhou até na final da Taça da Liga onde, felizmente, o adversário não era o poderoso Porto, mas antes o esforçado Paços de Ferreira que, ainda assim, fez tremer os Benfiquistas (nunca me tinha acontecido: o árbitro apitou, a taça era nossa, e só me apetecia praguejar e insultar).
O Benfica é o maior clube do mundo há já muito tempo. Mas é muito mais maior do mundo desde que Luís Filipe Vieira se instalou no trono. A propaganda é importante e não me parece que estes pregões tragam mal ao mundo. O Porto é uma nação, o Benfica é o maior do mundo e por aí fora. Tudo isto é popular e ninguém pensa muito no que diz. O futebol é assim mesmo. Porém, convém pensar no que se exige e ter noção do que se é, realmente.
Há uma pergunta que costumo fazer, sobretudo quando vejo reacções como as dos adeptos de ontem: será saudável acharmos de nós mesmos que somos os melhores do mundo? Não me parece. Obriga-nos a ganhar tudo e sempre. Nestas circunstâncias, temos sempre algo a perder. Isto só pode ser prejudicial. Ter sempre algo a perder é um veneno - sobretudo quando não há arcaboiço para aguentar tamanha responsabilidade. O Maior do Mundo é uma medida descabida para um Benfica que, desde 1994 (inclusive), ganhou três campeonatos, duas taças de Portugal e três Taças da Liga e chegou duas vezes às meias-finais de uma competição europeia (e não se trata da Liga dos Campeões).
Esta exigência desmedida a priori não tem justificação. E, por mais que me doa pensar numa final 100% portuguesa em que o Benfica não participa, a verdade é que, no somatório das duas últimas épocas, o Benfica tem o seu melhor registo dos últimos 17 anos. E isto é factual.
Apesar desta derrota que me dá nós no estômago e uma profunda inveja pelas duas equipas que vão a Dublin, tenho de concluir que o Benfica vai no bom caminho. Depois de um colapso e de uma tormentosa travessia do deserto (sempre adorei esta metáfora), há que admitir que, para sermos realmente bons, só nos falta mesmo deixarmos de ter a mania que somos o maiores do mundo - até por uma questão de sanidade mental dos Benfiquistas.

"Oh, poucachinho..."

Seria assim que Jesus haveria de me responder à pergunta "Jorge, o que é que achas que a gente jogou ontem?". Se eu o quisesse ouvir hoje, claro.
Não estava à espera disto. É uma peseirada demasiado dolorosa. Depois de 21 anos à espera de chegar a uma final europeia, com todo o deserto que existiu pelo meio, os Benfiquistas não mereciam que a equipa perdesse esta oportunidade, depois de entrarem em campo com a eliminatória favorável.
Hoje não tenho muito para escrever. Pelo menos, por enquanto. Ainda estou numa espécie de luto. Mas há dois ou três apontamentos que é preciso fazer. Primeiro, não gostei que alguns benfiquistas tenham ido esperar a equipa à Luz para os apupar e assobiar. Já o disse várias vezes: para isso, existem os adversários. Mais: se perdemos na meia-final foi porque lá chegámos. Que a memória não seja curta: isso já não acontecia há 17 anos. Gostava também que, antes de se tomarem decisões sérias, se parasse para pensar. Crucificar jogadores e treinadores na ressaca de uma derrota dolorosa é a versão pós-moderna de chegar a casa bêbado e bater na mulher depois de um empate com o Varzim, de autogolo no último minuto dos descontos. Sejamos sérios, presidente. Calma aí com isso. Eu próprio irei pensar no assunto, calmamente, quando estiver em condições de fazê-lo. Hoje não estou para isso, é dia de carpir, não é dia de pensar. Mas, quando o fizer, emitirei o meu parecer.
Para terminar: parabéns ao Braga; e obrigado aos jogadores do Benfica por terem dado o seu melhor e por, apesar desta derrota, terem chegado longe. E um abraço ao Fábio Coentrão que é, mais do que um símbolo do Benfica, claramente um dos meus melhores amigos.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A amizade, o medo e o pé direito do Fábio Coentrão

Então, o Domingos tem amigos benfiquistas que querem que o Braga passe. É claro que isto me espanta. É toda uma conjugação improvável de factos, a começar por “o Domingos tem amigos”. A sequência surpreende ainda mais: “amigos benfiquistas”. Que puxem pelo Braga, entendo perfeitamente: tal como o Domingos, também eu tenho amigos; e, quando lhes mostro as minhas canções novas, todos eles dizem, invariavelmente, “u-hum… está muito fixe, Diego”.
A propósito, um amigo sportinguista que eu tenho… bom, um amigo que ainda contém um réstia do que resta do sportinguismo, para ser mais preciso, perguntava-me, emocionado de tanta inveja, “vocês não preferem ser já eliminados pelo Braga?”. Evidentemente, está habituado a outro tipo de mentalidades. Transparece. Respondi-lhe que, para grande infelicidade de alguns, a equipa do Benfica não era constituída por ratos; e, para grande surpresa de outros, a esmagadora maioria dos adeptos do Benfica são mesmo homens e mulheres dignos e honrados, com espírito de luta e que acreditam nos homens que os representam, lá em baixo, sobre a relva. Sim, queremos ganhar ao Braga. Mas essa pergunta põe-se? Não sei se será petulância ou apenas ingenuidade…
Isto leva-me a outra questão: era suposto estarmos com medo do Porto? Para começar, é engraçado que os que não se inibem de ter certezas quanto à falta de qualidade do Benfica sejam os mesmos que se arrogam a sugerir que o Benfica perca “de propósito” com o Braga para não ser humilhado, depois, pelo Porto. O Braga merece-me bastante mais respeito do que isso. Depois, o Porto ganhou ao Benfica várias vezes esta época, é verdade. Uma das vezes, por 5 a 0, também é verdade. Mais: ganhou sempre que o Benfica precisava de provar que era melhor – e esta é a outra verdade. Ora, desta vez, se o Benfica chegar à final, cabe ao Porto a obrigação de, depois de tanta garganta e apregoar de superioridade, esmagar o pequeno e frágil Benfica por, pelo menos, oito a zero. Meus amigos, com tanta supremacia e inquestionável valor e talento e garra e qualidades e brilho e já não tenho mais palavras, e perante um Benfica tísico, mais que acabado, com os pés para a cova, desmotivado, inapto, desorganizado e desmoralizado, menos que cinco a zero é uma humilhação para o próprio Porto. Portanto, convenhamos que as expectativas, à partida, as condicionantes morais a priori, são substancialmente diferentes de: uma Supertaça em que o Benfica era o campeão (e o Porto o acossado); uma primeira recepção do Porto (forte) ao campeão Benfica (fragilizado) a querer vingar a frustração da Supertaça; a obrigação de o Benfica (a tremer das pernas) impedir o Porto (ultra-moralizado) de se sagrar campeão no Estádio da Luz; o Benfica perante a iminência da catástrofe que seria o Porto, cheio de malícia, qualificar-se para a final do Jamor, depois de ter perdido por dois a zero no Dragão. Desta vez, se conseguirmos que “esta vez” aconteça (ainda falta aquele jogo, mais logo), as coisas vão ser diferentes: o Benfica será o underdog e o Porto é que terá tudo a perder. O jogo virou.
Por falar em logo à noite: já há algum tempo que não sonhava com jogos de bola. Normalmente, sonho com as finais da Taça da Liga (as únicas a que o Benfica tem ido). Este ano, nem isso. Porém, esta noite tive um sonho em que o Coentrão marcava de pé direito aos dois minutos de jogo. Foi muito claro o sonho.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Presságios

1- A Dublin Arena:

"Work began on the new venue in 2007. The south, east and west stands are to have four tiers of seating for spectators, while the north stand comprises just one low-level tier to reflect its proximity to local housing. Pitch floodlighting has been incorporated into these stands, while transport links to and from the ground have been improved. International football returned to the venue on 11 August 2010 when Ángel di María's 20th-minute goal earned Argentina a 1-0 friendly win against Ireland."

Portanto, um jogador acabadinho de sair do Benfica fez o primeiro golo internacional num estádio acabadinho de remodelar, no dia do aniversário do meu pai.