Uma das minhas coisas favoritas – logo a seguir a namorar romanticamente em ambientes idílicos, a namorar ferozmente em ambientes ousados, a ver filmes com o Bruce Willis, a ir ao Estádio da Luz ver o Benfica, a comer salmão na chapa, a dar concertos em sítios apertados e cheios de gente, a ver concertos em sítios apertados e cheios de gente, a ver o Benfica na televisão na Típica, a viajar por Portugal, a passear por Lisboa, a viajar pelo mundo, a passear por sítios bonitos, a sair à noite, a festejar o Santo António, a ir à praia no Burgau, a minis e caracóis, a ler no metro, a provar vinhos de qualidade em boa companhia, a fazer jantaradas, a jogar à bola à quarta-feira, a dormir, a escrever e mudar as fotografias no facebook e a fazer investigação na Wikipédia – é prognosticar. Pode parecer disparatado, mas é uma actividade que levo muito a sério. Gosto muito de prognosticar resultados de jogos de bola, embora não se compare com prazeres mais refinados, como prever o tempo ou a recuperação notável da Sónia Brazão. Mas aprecio, sinceramente, o prognóstico futebolístico. Além do mais, enquanto a bola não rola a valer, gosto de me entreter com certas coisas. Acabaram-se-me os cajus e já só há duas minis, portanto, vamos a isto.
Prognostiquemos jogadores. Ou será diagnostiquemos? Por vezes, embrulho tudo. Façamos mistognósticos. Que fique registado que fui eu quem inventou o termo. O mistognóstico prognostica ao mesmo tempo que diagnostica. Gosto. Likes para mim. Mistognostiquemos os jogadores do Benfica, os novos. Há alguns de que não faço ideia quem sejam. Consultando o jornal A Bola, vejo aqui um André Almeida, um Nuno Coelho, um Mora, um Uche e um Mika. Os portugueses ainda têm nomes bonitos. Mas os outros, enfim. Estes ficam já de parte.
Depois há uns cujo nome eu recordo. Shaffer. Eu já ouvi isto em qualquer lado. Mas também não me lembro de nada que tenha feito. Portanto, irrelevância equivale a nada. Por mim, pode seguir. Urreta. Deste eu gosto. Era rapaz que ficava num plantel em que eu mandasse. Mas estes também não me interessam. Vamos aos realmente novos.
De cima para baixo, na lista d’A Bola. Artur: é fixe. O ano passado fez grande época no Braga e parece-me indiscutível para a titularidade – apesar da chegada de Eduardo, que não é mau guarda-redes, mas a quem falta qualquer coisa. E pronto, dois estão despachados.
Wass. Parece-me muito fraco. Sem velocidade, sem garra e sem timing, não consigo entender a razão que levou o Benfica a contratá-lo. Mais um mistério. Sai.
Matic. Ora aí está, aqui atingimos um nível que me agrada. Primeiro, é um médio como eu gosto: em jogo, participativo. Não gosto de “miolos” que se escondem. Este não se esconde. É grande, tem técnica, impõe-se e até me parece ter um niquinho de mau feitio. Além disso, mete medo. Gosto. Um like para o Matic. Vai afirmar-se.
Bruno César. Não gosto. Dislike. É muito feio e gordo. E além disso fala muitíssimo mal. Na minha opinião, devíamos ter inflacionado este pequeno bácoro a ver se o Porto abria o cordãozinho à bolsa uma vez mais. Ainda por cima, para o lugar do Aimar. Hum, deves. Suplente.
David Simão. Li maravilhas sobre este jovem. Lembro-me, vagamente, da sua época no Paços de Ferreira. Penso que justifica uma oportunidade. Mais que não seja, para justificar a existência de um escola de formação no Benfica.
Chegamos ao Nolito. Penso que não engana. Bem formado, cheio de técnica, garra e visão de jogo. Poder no um para um, noção de equipa. Enfim, um valor seguro. Pode não ser uma enormíssima estrela, mas é garantidamente um jogador útil e produtivo.
Eis agora uma incógnita: Rodrigo. As referências são das melhores. No estágio foi frequentemente a estrela. Em jogo, pouco vi dele (não sei se terá jogado pouco). Sendo comunitário, apostava em guardá-lo. Em Dezembro, logo veríamos.
Nelson Oliveira. Avançado prometedor. Apesar de haver algum excesso de avançados no plantel, é português e é da formação. Gosto disso. Por mim, fica no plantel.
Enzo Pérez. Ora, muita cotação na pré-época, pouca produção no estágio. Sinceramente, não me impressiona. E nem sequer percebi bem qual a posição que realmente deveria ocupar. Veio com etiqueta de extremo. Vejo-o a flectir para o meio… Não sei. Empréstimo. Dislike.
Garay. Vem do Real Madrid e diz que é bom. Já está em Lisboa para ver o jogo de logo à noite e isso é sempre um óptimo sinal. Estrela pela certa… Não, estou só a brincar. É defesa-central e isso, nos dias que correm, chegam para fazer dele um dos jogadores mais imprescindíveis a esta equipa. Se fosse “lateral-esquerdo” diria o mesmo.
Witsel. Há quem não conheça. Há um vídeo no YouTube que não deixa dúvidas: este menino não brinca. Não vem que não tem. Com ele, ou vai ou racha. E normalmente racha. Fora isso, parece aquele que morre do C.S.I. Las Vegas. Perigoso, mesmo se desarmado. É bem-vindo. É o craque.
Falam de Capdevila. Não entendo se assinou se não. Esperemos para ver. As credenciais são boas; as características, no entanto, não correspondem às de Coentrão. Cheira a pré-reforma.
Meh. Chega de prognósticos. Isto cansa-me. Vou comprar pistáchios. E fazer uma caipirinha. (Eu não disse?)
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