quarta-feira, 11 de maio de 2011

Confrangedor

Ele sempre foi um génio do descalabro, um borra-botas da palavra, uma pessoa cheia daquelas ideias que não fazem falta às outras pessoas em circunstância alguma. Mas hoje excedeu-se. Ler José António Saraiva chega a ser embaraçoso. Porém, a sua crónica de hoje no Record tem o condão de envergonhar o leitor, de tão básica que é. Há limites para a vulgaridade do pensamento e para a banalidade dos textos. Mas José António Saraiva não conhece limites. E desconfio que vai continuar a esticar, a esticar e a esticar mais um bocadinho enquanto lhe pagarem para encher uma coluna semanal com qualquer coisa. E essa qualquer coisa poderia ser um excerto de um atestado médico ou uma receita de paelha escrita em caractéres chineses. Mas não. É um paralelismo entre Benfica - Porto e Real Madrid - Barcelona. Elaborado por uma criança de quatro anos. E Saraiva expõe a sua visão com a clara impressão de que está a surpreender o mundo com a sua perspicácia. Só lhe falta sugerir "ora, vejam lá se a coisa não é parecida, hein?". Saraiva aproximou-se perigosamente do brilhantismo de Miguel Sousa Tavares quando, num dia de inspiração, aconselhou ao Leixões, com a maior das sabedorias, que "treinasse mais os remates". Eu sei que não sou eu quem lhes paga. Mas podiam ter mais respeito por quem os lê.

Desculpem o desabafo. O blogue andava muito sério... e a crónica é mesmo muito má.

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