quarta-feira, 13 de julho de 2011

Conjunto de impressões em texto corrido mas sem grande ligação entre os sectores

Instado por várias personalidades de vulto a comentar a situação do Benfica, aqui ficam coisas que eu penso sobre o assunto em apreço.
Para começar, acho mal. Acho mal que me instem a pensar sobre isto quando eu andava, já aqui há tempos, a considerar a possibilidade de fazer uma crónica em que amparasse, com brilhantismo, o mundo futebólico num organigrama musical, com uma hierarquia muito própria, na qual o maestro seria o número 10 e assim por diante, mas tentando ser um pouquinho menos banal. O virtuoso dos violinos seria claramente o extremo esquerdo, número 11, que no Benfica é o número 20 desde o Simão e que este ano deve ter os dedos do Nolito a encantar auditórios. Mas não era disto que eu ia falar hoje. Falemos de laterais esquerdos, ou violoncelistas, que é uma coisa que o Benfica já teve algumas vezes. Na verdade, eu não sei muito bem quem é que o Benfica tem lá este ano. São muitos e não é fácil decorar o nome de todos. Aliás, pelas minhas contas, em 90% dos casos decorar-lhes o nome é perda de tempo, já que serão dispensados, emprestados ou simplesmente colocados noutras funções no clube, visto que o plantel não deverá ter mais de 30 ou 40 jogadores.
Bom, não nos dispersemos. Ah, e tem o Bruno César. Eu sei porque não gosto dele. Fala muito mal e é feio, tem uma boca disforme, dá ideia que está sempre a mastigar batatas cozidas. Enquanto fala.
Laterais esquerdos. O Fábio Coentrão era lateral esquerdo do Benfica. Esta frase é uma banalidade, mas tem um propósito: introduzir uma ideia do José António Saraiva. Notem o elogio que hiperbolizei ao aplicar o termo “ideia”. O José António Saraiva decidiu, para nossa alegria, discorrer sobre o saudoso Coentrão. E eu acho notável que, entre banalidades e termos aprendidos de cor (“dinâmica” domina completamente o discurso), JAS consiga elevar-se e executar raciocínios dedutivos ao alcance de muito poucos. O exemplo mais flagrante, aliás, mais notável, é aquela passagem do texto em que se aborda o timing da transferência. Observador de muita ciência, Saraiva considera que – como diz no título do seu próprio texto – é “a altura certa”. Se a observação não surpreende, a explicação que lhe subjaz não faz menos do que encantar. Ora atentem, que vou transcrever isto ispsis verbis, como se costuma dizer: “Coentrão é um jogador de risco. É um jogador que de um momento para o outro pode sofrer uma lesão grave”. Calma, isto não fica assim: “até porque não tem massa muscular condizente com a alta velocidade que atinge”. Em plena silly season e com o Miguel Sousa Tavares ido de férias, é com elevado regozijo que registo a existência de José António Saraiva. Viva Saraiva! E continua: “se Fábio se lesionasse e ficasse parte da época sem jogar, o seu valor cairia a pique”. É isso aí.
Entretanto, diz que comprámos um Witsel e que perdemos com um Dijon. Ou vice-versa. Para mim é tudo muito confuso, todo um mundo desconhecido, apesar de alguns nomes serem muito catchy, muito “manchete d’A Bola”. Matic é fixe, por exemplo.

5 comentários:

Ricardo disse...

Tão mas tão bom.

Este Saraiva é daqueles bípedes que são chamados à pressa para preencherem uma vaga no plantel dos jornais desportivos. Alguém que dê "credibilidade", alguém do mundo de lá trazido para o mundo de cá para que os mundos se entendam e misturem.

Mas ele tem razão: é preciso ter cuidado com as lesões. O Fábio foi muito bem vendido porque, de outra forma, podia lesionar-se e era uma chatice. O pensamento que está por dentro desta ideia, que génio!

Matic é porreiro. É nome de tinta.

Diego Armés disse...

Há que atentar naquele detalhezinho de elevada categoria: Matic é fixe. Quase que rima. Fitche... Bah, nunca me compreendem.

Javali disse...

Chefe, e os lagartos, fala-me disso!

Diego Armés disse...

Não posso. Isto é um blogue decente, para gente decente. Um blogue que ganha concursos e tudo! Um blogue que não se rala com o Grupo Excursionista.

mago disse...

O Grupo Excursionista... Já não lia essa há uns tempos.

Cá para mim, e sem ter lido o texto desse JAS, acho que o dito é adepto da "vertigem de Jesus": ele é a alta velocidade, ele é o cair a pique... Algo que não joga muito bem com o "parado, paradinho" dos últimos anos excursionistas. Mas ele lá saberá.