terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Não é só pelo apelido, mas esperava mais humanidade da parte dele..."

“O Jorge Jesus foi desleal” – a opinião era unânime entre os adeptos, à porta da Típica, benfiquistas, sportinguistas e o Filipe, que é portista mas que não gosta de se sentir sozinho e então vai lá ver os jogos do Benfica. “Ah, contra o Porto, foi lá fazer o favorzinho e meteu o Peixoto; hoje, chega a Alvalade e Peixoto nem vê-lo”. Embora concordando, houve quem acrescentasse como reserva “sim, mas o Coentrão saiu só aos 60 lá nas Antas; hoje o Sidnei saiu ainda ia nos 40, sempre equilibra”. Era o Filipe que acrescentava, sublinhando ainda que, por isso mesmo, “os zero a dois do Porto foram muito mais honrosos do que os zero a dois do Sporting!” e dava ênfase com a rouquidão de um homem convicto. Os sportinguistas não se ficaram “então mas queres comparar o Coentrão ao Sidnei ou quê?!”. Na minha modesta opinião, podíamos ter feito descansar também o Luisão “e deixava-se lá o Postiga sozinho”, assim como assim… E devíamos ter metido o Luís Filipe e o Peixoto, os dois de início, e o Kardec lá à frente – poupavam-se os laterais e o Tacuara e dava-se algum moral ao adversário, que assim poderia ter esperança de fazer, quiçá, um golo. Depois o árbitro expulsava o Gaitán aos 25, por excesso de iniciativas consequentes, e avisava intimidatoriamente o Sálvio, depois de lhe mostrar um cartão amarelo por falta de consideração pelo Grimi, isto por volta da meia-hora. Deixava-se em campo o Carlos Martins, sem se lhe dar cartão nenhum, porque ele teve, mesmo antes do jogo começar, o rasgo mais genial de toda a partida, num belíssimo momento pedagógico, quando disse à criança que levava pela mão ao entrar em campo “troca de equipamento, miúdo. Não sejas burro como eu, não deixes para amanhã o que podes fazer já a seguir”.

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