Fazer antevisões é coisa de homem. Para já porque o pragmatismo e o bom senso feminino impedem que as senhoras metam a cabeça no cepo, dispondo-se a, em caso de erro crasso, terem que dar a cara pelo erro e um braço a torcer (quem conhece as mulheres, sabe que nunca erram e, de um modo geral, têm sempre razão, não adiantando contrariá-las; em parte, tal deve-se a esta sua característica fantástica, a capacidade de segurar o impulso de antever coisas). Foquemo-nos no que importa. Antever é uma modalidade muito máscula, portanto. E eu, apesar desta aparência dúbia, cultivo o bom uso da testosterona com que a Mãe Natureza teve o bom gosto de me brindar. E, por isso, antevejo. Sem medos.
Neste momento, estou a antever o Porto – Benfica de amanhã. Está meio nublado, não antevejo com grande nitidez. Nestes casos, um homem tem de fazer cedências. Se não antevê masculinamente, deve femininamente intuir. Em termos futebolísticos, haverá menos rigor, sobretudo nos foras-de-jogo. Mas ao nível prático da coisa, o resultado é igual – há ou não equipas que funcionam, anos a fio, à custa da falta de rigor e com resultados sempre iguais? Pois bem, se para aquelas vale, para mim também serve.
Antevisse eu com clareza e diria que o jogo tinha tudo para ser equilibrado e que, feitas as contas, os da casa arrancavam com vantagem, mais confiança e menos medo. Porém, a minha intuição diz-me que não será assim. O Benfica ganha, limpinho e por três a um. A razão nestas coisas importa pouco quando o Sálvio está endiabrado e o Tacuara vem de pé quente. Está antevisto.
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