terça-feira, 16 de abril de 2013

Pré-convocatória

O plano continua de pé e os bigodes já se fazem notar ao longe, apontando para os quatro pilares do Jamor. O objectivo é só um: marcar presença, seguindo o protocolo, como Benfiquista na final da Taça de Portugal. O protocolo, simples, como se quer, consiste em: começar um piquenique na mata logo pelas 10 da manhã - deve incluir febras, bifanas, chouriço assado e uma feijoadinha; a bebida é opcional: mini Sagres ou vinho tinto do garrafão (com ou sem sévénépe) - e ver a bola a partir das 3 ou 4 da tarde, mais ou menos. Se houver razões para isso - o que se espera -, festeja-se mais um bocado no fim. O Bom Povo Benfiquista já não viaja ao Jamor faz alguns anos, mas há rituais que, de tão enraizados e repetidos, simplesmente não se esquecem. O dress-code da festa é, tal como a própria festa, simples: uma camisa aberta, umas calças de ganga, um boné do Benfica e, evidentemente, um bigode. É importante. Não, é fundamental mesmo que cada qual leve o seu bigode.

Há quem ande a treinar. A metodologia varia de pessoa para pessoa, consoante a capacidade de fazer crescer pêlo na cara, a disponibilidade profissional, a teimosia, o bom gosto, etc. Deixo aqui a minha shortlist, como se diz, de pré-convocados para a festa.

Este primeiro sou eu. Se olharem com atenção, algures ali no meio daquele tufo muito "idade da pedra", existe um bigode. É deixá-lo crescer. Em chegando o dia, reluzirá no meu rosto com esplendor, permitindo-me banhá-lo em espuma de Sagres e vinho de proveniências duvidosas, de modo que conserve uma abastada variedade de sabores e nuances até ao momento em que, depois de um sono retemperado após um enérgico e anárquico desfile pelo Marquês, eu acorde com a sensação de ter dormido numa adega. Uma maravilha de bigode, muito absorvente.

Este aqui é o Moleirinho. É um bigode honorário. Perdido em África - mais um entre a nova diáspora lusitana -, duvida-se que consiga estar presente no anfiteatro do Estádio Nacional. Porém, creio que é possível aliciá-lo com promessas de febras de javali. É tentar. Bigode não lhe falta, assim como Benfiquismo do mais original e primitivo.

Esta é a Sal. O bigode clássico, aristocrático e robusto não engana: nasceu para ganhar a Taça!

Ôpá... Há aqui um erro de casting. Este jovem não vai ao Jamor. A não ser que o apelo do piquenique seja mais forte. Mas não creio que o prato principal seja do seu agrado. Pode integrar a pré-convocatória, mas não acredito que que venha a fazer parte dos 23 eleitos.

Olha, aí está a Ana, uma aquisição recente para este tipo de festejos - aliás: para festejos futebolísticos de um modo geral, dado o seu historial futebolístico.

A Paula. Quem a conhece melhor, sabe bem que este bigode é já uma instituição na família. Não, não foi a Paula quem o inventou. Há aqui antecedentes familiares, posso afiançar.

O bigode da Xana é uma espécie de Tacuaragode. Ó o bigode com super-poderes. Com ele na bancada, não há maneira de não ganhar (mesmo que empatemos). Um bigode a estimar, que é preciso segurar na equipa.

A fechar esta lista, o Zé com o seu bigode. Um bigode de artista, pois claro, a lembrar a Paris dos criadores, dos pintores, das bailarinas (a Paris, não o bigode), dos cantores de canções em francês. No fundo, o bigode que assegura a nota artística, como o nosso actor principal tanto gosta.

Por falar nisso, gostava muito de ver Jesus de bigode na final do Jamor. Fica o pedido. E atenção que ainda não atenderam a qualquer pedido meu este ano. Ainda estou para ver esse póquer, por exemplo...

1 comentário:

yggdrasil disse...

O Cristiano como bom rapaz que é vai ao Jamor para levar uns calduços