Tri-campeão do torneio, que é oficial apesar de não transitar em coisa palpável em matéria de Europas – Liga, se me estás a ouvir: este aspecto poderia aumentar o potencial competitivo da prova; a dignidade de ser “oficial” basta para que mereça ser conquistada, mas isso é para quem tem o hábito de conquistar; pensemos no gado asinino, esse tremendo exemplo de como, por vezes, é tão fácil lidar com assuntos delicados: porque não pôr uma cenourinha no topo do troféu? –, dizia eu que, tri-campeão do torneio, ao Benfica cabe a obrigação moral de o prestigiar e de lutar pela revalidação do título. Até ao momento, tem sido exemplar no cumprimento da missão.
A Taça da Liga já teve várias designações, todas elas efémeras. Todas? Não. Há 12 mil pessoas para quem o nome “Taça Lucílio Baptista” não há-de mudar, nunca. A mim cabe, como contrapartida, recordar o episódio que baptizou ( :D ) esse troféu que o Sporting nunca conseguiu ganhar. Nem o Porto. Nem mais nenhum outro, para além de Benfica e Vitória de Setúbal (o que pode causar um problema moral ao Braga, por exemplo, esse pretendente a “quarto grande” que nunca na vida ganhou um campeonato e que regista no palmarés uma única Taça, colheita de 66 – o Vitória tem três Taças e uma Taça da Liga; vale o que vale, afinal de contas, são apenas troféus).
Reza a lenda que o Troféu Lucílio nunca foi erguido por um capitão do Sporting porque Pedro Silva cortou uma bola, como diria Jorge Coroado, com a zona mamilar e o árbitro da partida assinalou penalty. E isto é uma mentira. Mas uma mentira pegada. O Sporting nunca ganhou uma Taça da Liga por uma razão muito menos conspirativa, muito mais terra-a-terra: falha penalties em barda – esta característica mantém-se até aos dias de hoje. Vou dar de barato que seja regulamentar uma equipa entrar em campo com o Pedro Silva – não sei se é ou não legal, mas pouco me importa. Agora, parafraseando o Miguel Sousa Tavares, porque é que não treinam mais os penalties? É que as duas finais que perderam – record da prova – foram perdidas por 2 a 3 no desempate por penalties. Não foi uma vez, foram duas. Foram dez pontapés – 10! – da marca dos 11 metros que resultaram em quatro – 4! – golos. Não digo que o Lucílio não tenha dado uma mãozinha ( :D ). Mas o certo é que, no máximo, podemos considerar com razoável certeza que, dessa mãozinha, nasceu um golo que deu… empate. Tudo o resto foi incompetência vossa, meus caros.
Temos agora, nas meias-finais, a recepção ao Porto. Não conto ser eliminado pelo Porto em plena Luz. E conto mesmo ir ver o jogo ao Estádio – gritem, chorem, reclamem: não quero saber, eu também tenho direitos! E, se o passado é negro, o futuro pode muito bem ser alvo, clarinho, luminoso até! Ainda assim, caso a tragédia teime em não me largar da mão, tenho toda a confiança em que o Porto conseguirá igualar o record do Sporting na prova, sendo humilhado na final pelo Gil Vicente (nos penalties, claro). Mas isto aqui, todo este parágrafo especulativo, não passa de um supônhamos sem fundamento. Comigo ou sem migo no Estádio, temos equipa para eles. E depois, sim, venha o Gil e logo se verá quem é a melhor equipa de Portugal.
3 comentários:
Só é pena agora o CRAC ter o Lucho. Dói-me ver um jogador daqueles no clube das barracas de praia.
"Braga (...), esse pretendente a “quarto grande” que nunca na vida ganhou um campeonato e que regista no palmarés uma única Taça, colheita de 66 – o Vitória tem três Taças e uma Taça da Liga; vale o que vale, afinal de contas, são apenas troféus"...
Ora nem mais... e mesma lógica aplico ao Sporting: quem ganha campeonatos de 10 em 10 anos em média nos últimos 40 (!!!) tenho alguma dificuldade em chamá-lo de grande...
A história da taça Lucilio Baptista foi muito mal contada. Toda a gente se lembra do penalti que não existiu, mas parece que se esquecem que o golo do Sporting foi irregular. De resto se o Benfica não for à final já sei de quem é a culpa Diego.
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