Há, no mundo da bola, personagens que se distinguem pela coerência. Existem outras que se distinguem pela estupidez. Mas apenas uma elite consegue a sua distinção por ser coerentemente estúpida. José António Saraiva é um clássico de cada vez que abordo este tema e, por isso, hoje poupá-lo-ei. A não ser que mude de ideias enquanto escrevo o texto. Há quem fale de Rui Santos quando a temática é esta, mas estou em crer que tal se deve mais a questões de tradição e de hábito do que a conhecimento de causa (sinceramente: quem é que ainda lê o Rui Santos?). Sinto muitas saudades de José António Lima, esse pequeno verme acobardado, habitante de um exíguo enclave algures entre o pretensiosismo intelectual e a profunda ignorância - tanto do futebol quanto das letras. Olímpio Bento, por seu lado e com as suas tenebrosas analogias, deixa perceber facilmente que é de outro campeonato e não deverá ser avaliado segundo parâmetros do mundo civilizado. Miguel Sousa Tavares, quando sóbrio, é uma grande desilusão. Tornou-se simplesmente desinteressante. Resta-nos quem? O leitor mais atento e perspicaz já terá adivinhado. Quantos portistas boçais (descontando o próprio presidente, que, como se sabe, é um prodígio da “fina ironia” e da “bicada ao rival”) conseguem escrever isto [nota: as vírgulas estão transcritas segundo a pontuação do autor]: “mais um capítulo ridículo, de branqueamento despudorado, ao melhor estilo da velha senhora”; “o andor benfiquista voltou e em força”; “o Benfica vai colhendo frutos das benesses das arbitragens”.
Repito: é um portista. Eu toleraria esta revolta, ainda que enganada, a um sportinguista – diga-se a verdade: este ano, o Sporting já foi prejudicado várias vezes. Não me é difícil compreender que um adepto do Sporting se sinta discriminado quando a favor do Benfica se assinalam, no mesmo jogo, três grandes penalidades (sendo que uma, ainda por cima, não existe), enquanto que o seu clube já foi privado de dois golos limpos, entre outras injustiças menores.
Qualquer adepto que não seja muito imbecil conseguirá admitir, apesar de se lhe revoltarem entranhas, que o árbitro esteve bem ao assinalar os dois primeiros penalties e que esteve mal ao assinalar o terceiro (e ao não assinalar um anterior, por mão de Alex a cortar cruzamento de Emerson). Não custa muito, basta olhar para as imagens e ser objectivo. Mas eu nem quero isso – na minha humilde opinião, a vossa opinião importa-me muito pouco, só para ser simpático. O que eu gostava era que o (reparem no desprezo no “o”) - dizia eu que gostava que o Rui Moreira tivesse um pouco mais de vergonha na cara. Mas também não quero pedir o impossível: se não é capaz, que se deixe estar. Cada um vive com o que tem.
1 comentário:
Só admiro como é que ainda perdes tempo a ler esses atrofiados mentais!
O fuínha dos inválidos do comércio está controlado (os superMorcões, mataram-lhe o cão) e o homenzinho acagaçado, passou a debitar a cartilha pintista.
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