sexta-feira, 2 de março de 2012

Dia #2,5

A contagem decrescente entra naquela fase "isto está mesmo quase a acontecer". Faltam vinte horas para o jogo, mais minuto, menos minuto. Há pouco, um amigo portista ligou-me com preocupação e cuidados "tu no concerto não mandes bocas sobre o jogo, há aí gajos que são doidos". Descansei-o "isso não faz o meu género. A não ser que ganhemos por mais de quatro".

Momentos mais tarde, estava nos Clérigos a conversar com um super dragão. É um pouco assustador quando estás a falar com alguém num registo quase cúmplice, a um nível de civilidade exemplar, e, em alguns momentos, notas um esgar que te fulmina com a seguinte mensagem "às vezes olho para ti e apetece-me cortar-te ao meio, de alto a baixo, como os samurais fazem às pessoas" enquanto diz "se perdermos, fico fodido".

Inspirador. Minutos antes, rodeado de portistas rodeando superbocks, faziam-me promessas. Que me lubrificavam com decapante. Para quê? Para a "enrabadela a frio com areia". Isto tudo, usando um "preservativo de lixa grossa". Tomei nota. Aliás, tomei nota e pedi-lhe o número de telefone, "não vás tu precisar das instruções de volta". Houve um momento de embaraço colectivo. As minhas notas e o meu sorriso geraram desconfortos e hesitação. A custo, deu-me o número. Despediu-se logo de seguida.

Acabámos a ouvir Pixies na Tendinha, eu e o outro super dragão. No início da noite, comi uns cachorrinhos divinais numa tasca chamada Gazela e lembrei-me dos Capitão Fausto com um sorriso que roçou a ingenuidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Cura a enrabadela rapaz.