terça-feira, 6 de março de 2012

Um momento eterno

Tínhamos acabado de entrar depois da desforra de cigarros à entrada do prédio durante o intervalo (é proibido fumar na Casa do Benfica do Porto). As minis da primeira parte começavam, entretanto, a acumular-se perigosa, teimosa e nervosamente ao fundo da barriga. Subimos com dois objectivos: fazer xixi, primeiro, e ganhar o jogo, logo a seguir. O WC estava ocupado. Aguardámos. Passaram uns minutos, estávamos por cima. O WC fica desocupado. Gentilmente, cedo a minha vez ao Norberto Alberto Roberto Gilberto. Ele agradece e é falta! É falta, boi! E ele marca. Alguém se prepara para bater o livre e eu, do fundo da sala, suspeito que é o Gaitán, mas não posso precisar, preferia que fosse o Aimar, «ó Humberto, olha que é livre, despacha-te, pá!» e ele bate a bola, ele puxa o autoclismo, o Cardozo cabeceia, eu salto, toda a gente salta, toda a gente grita, «é goooooooolllllooooooo!!!!», ele sai do WC a correr, festejamos aos pulos, ele põe-me no chão, eu penso «what’da fuck?», está tudo aos gritos, eu entro no WC e, ainda com um ruído ensurdecedor, dou início àquela que foi, de longe, a melhor, mais orgulhosa e mais sorridente mijadela de toda a minha vida.

2 comentários:

Filipe Araújo disse...

Decisões difíceis:

O Norberto está a meio da sua mijadela quando o Benfica marca o 2-1 ao Porto. O que fazer? :-)

Meneldor disse...

Opá Diego, quando a coisa apertou (a partir do minuto 86) podias ter mandado o Norberto pró wc outra vez.
Quem sabe se não resultava pelo menos no empate. ;)